O presidente dos EUA assinou, nesta quarta-feira (20), uma Ordem Executiva que permite resolver temporariamente o problema das famílias imigrantes no país, que foram separadas dos filhos na fronteira com o México. No entanto, ressalvou que a política de migração é para continuar.
A medida da “Tolerância Zero” à entrada de pessoas no país sem autorização legal foi instituída no início deste ano e, desde então, causou fortes críticas por todo o mundo.
“Não gostaria de ver famílias separadas“, disse o presidente dos Estados Unidos depois de assinar o documento, de acordo com a Euronews.
A ordem executiva impede a separação de pais e filhos, permitindo que sejam mantidos juntos em centros de detenção após terem tentado entrar ilegalmente no país. No entanto, não ficou claro por quanto tempo as crianças poderão ficar presas.
“Trata-se de manter as famílias unidas, ao mesmo tempo que mantemos uma forte lei”, continuou o presidente dos EUA, recordando também que a Ordem Executiva assinada não significa o fim da política de Tolerância Zero.
“Queremos manter as famílias juntas, é algo muito importante. Mas temos que ser duros se queremos defender nosso país de certas pessoas, do crime e de todas essas coisas que não queremos que existam aqui”, argumentou.
Em reunião com senadores na Casa Branca, Trump antecipou sua decisão e afirmou que a ordem será “algo preventivo até certo ponto”, notando ainda que o Congresso acabará aprovando uma legislação sobre o tema, segundo o Deutsche Welle.
A medida, que desde cedo se mostrou impopular mesmo no seio do Partido Republicano, já separou cerca de 2 mil crianças, que foram retiradas das famílias desde que foi implementada. Vários setores da sociedade americana se mostraram contra, desde congregações cristãs até figuras públicas, atores e apresentadores de televisão.
Os menores estavam em celas, que podiam ter 20 ou mais crianças, com garrafas de água, pacotes de batatas fritas e grandes folhas de papel utilizadas como cobertores. Foram ainda registradas gravações com as crianças em desespero, pedindo para voltar para junto dos pais.
O controle da imigração foi uma das bandeiras mais fortes da campanha de Donald Trump pelo Partido Republicano.
Ciberia // ZAP