Alexandria Ocasio-Cortez derrotou, na terça-feira (26), um dos políticos mais influentes dos EUA nas primárias do partido democrata. Caso vença as eleições de novembro, será a candidata mais jovem a chegar ao Congresso.
Filha de uma empregada doméstica porto-riquenha e de um pequeno comerciante do bairro nova-iorquino do Bronx, há algum tempo, Alexandria Ocasio-Cortez poderia não imaginar a volta que sua vida ia dar.
Na terça, a “nova sensação democrata” conseguiu derrotar nas primárias do partido Joe Crowley, um dos democratas e políticos mais influentes dos EUA e que estava há dez mandatos na Câmara dos Representantes, escreve a rádio portuguesa Renascença.
Formada em Economia e Relações Internacionais pela Universidade de Boston, a democrata de 28 anos chegou a trabalhar como empregada de bar em Manhattan para evitar que a mãe fosse despejada.
Segundo a rádio, a ideia de seguir uma política apareceu cedo, tendo feito parte da equipe do senador Ted Kennedy e tendo participado na campanha presidencial de Bernie Sanders. Agora, mais concretamente em novembro, Alexandria vai concorrer nas eleições para o Congresso. Se vencer, será a candidata mais jovem a chegar lá.
“Não é suposto mulheres como eu concorrerem ao governo”, afirmou a democrata aos jornalistas, depois de se recompor da surpresa dos resultados da noite eleitoral – venceu com mais de 57% dos votos.
Em entrevista à CNN, Alexandria considera que venceu porque tinha uma mensagem muito clara: “fomos bater a portas que nunca tinham sido batidas, falamos com comunidades que são habitualmente desvalorizadas e essas pessoas responderam“.
Em declarações à MSNBC, a norte-americana recordou que começou a corrida eleitoral há “nove meses apenas com um saco de papel com panfletos”. “Concorri porque achei que a nossa mensagem podia ser melhor, o nosso partido podia ser melhor, o nosso país pode ser melhor”, cita a Renascença.
De acordo com o Expresso, depois da morte do pai, Alexandria via a mãe limpar casas, enquanto dirigia ônibus escolares, para sustentar a família. “Entendo bem o sofrimento dos americanos das classes mais baixas porque foi assim que eu cresci”, afirmou.
Durante a campanha, Alexandria reivindicou um serviço nacional de saúde alargado, uma escola pública para todos, defendeu a política do “emprego universal”, que prevê que o governo federal encontre um emprego para cada cidadão, e pediu o fim da Agência de Controle de Imigração (ICE), bastante criticada pela forma como trata os imigrantes.
Questionada sobre a forma como o seu partido atua atualmente, a jovem considera que, se quiser vencer as eleições de novembro e as presidenciais de 2020, “tem que chegar aos jovens, a pessoas que não votam, a zonas maioritariamente de cor, onde o inglês é a segunda língua, a pessoas que têm dois empregos”, cita a rádio.
Ciberia // ZAP