O Taj Mahal, monumento que é cartão postal da índia, tem ficado amarelado devido à poluição. O Supremo Tribunal indiano já ameaçou o governo: “ou restauram ou demolem”.
Há um ditado que diz que o Taj Mahal, na Índia, é rosado de manhã, branco à noite e dourado quando a Lua brilha no céu. Todavia, apesar de isso ter sido verdade durante muito tempo para o famoso monumento de mármore, uma mistura de poluição e má gestão o sobrecarregou.
O monumento condenado a “letargia” dos esforços de restauração, tendo o Supremo Tribunal indiano ordenado a restauração do Taj Mahal – ou sua demolição.
O Taj Mahal, construído em mármore branco translucido, foi decorado com pedras semipreciosas, incluindo safira e cornalina. No entanto, o tempo passou por ele e, nos últimos quatro séculos, o monumento envelheceu e escureceu bastante, como resultado de processos naturais de oxidação.
Encharcado de chuva ácida, coberto de fuligem de chaminés industriais e domésticas e corroídos por poluentes atmosféricos, o Taj Mahal está irreconhecível.
A monumental poluição nas cidades indianas não é novidade, e Agra não é exceção. À semelhança de muitas cidades asiáticas, o aumento significativo de circulação automóvel fez com que o tráfego aumentasse e, com ele, a poluição.
Além disso, o ar sujo que emerge das chaminés das refinarias de petróleo contém poluentes – dióxido de enxofre e, principalmente, partículas à base de carbono – que têm destruído a fachada branca e brilhante do monumento lendário, dando a ele um brilho amarelado.
Apesar de estar inserido em uma região dentro da qual as emissões são, supostamente, controladas, as fotografias do Taj Mahal mostram uma deterioração acentuada e sem igual. Os limites legais de emissão foram (e são diariamente) contestados.
Os esgotos e resíduos industriais chegam da cidade e criam águas ricas em nutrientes que são então absorvidos pelo vento e, consequente, depositados na pedra cada vez mais porosa do Taj Mahal. Isso permite que microrganismos derivados do rio resistam, colorindo a fachada de verde.
Além disso, dejetos de muitos insetos presentes na água do rio aceleram os danos, mas o efeito é insignificante se comparado com o dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio derivado dos combustíveis fósseis.
Desde 1998, vários institutos de pesquisa indianos exploraram métodos de restauração, tendo sido gastos milhões na tentativa de reverter a descoloração do monumento. No caso dos excrementos, por exemplo, são esfregados para que saiam das paredes do Taj Mahal, mas a erosão danifica o brilho do mármore.
Seria preciso uma limpeza frequente para manter o edifício com o aspecto original, algo que seria trabalhoso e muito dispendioso.
Segundo o Jornal i, tanto o governo estatal como o federal são acusados de serem os responsáveis pela visível degradação do monumento. O Supremo Tribunal está preocupado com a possibilidade de o edifício de 400 anos “sofrer uma preocupante mudança de cor”, pelo que colocou o governo na parede: “ou restauram ou demolem” o edifício.
O governo já formou um comitê para prevenir a poluição ao redor do monumento e, entretanto, já começaram a serem sentidos os efeitos de algumas das medidas sugeridas – como o fechamento de algumas fábricas perto do edifício, por exemplo. Mas, apesar dos esforços, o estado de degradação continua a evoluir.
Espera-se agora que o Taj Mahal, que atrai diariamente 70 mil turistas, consiga sobreviver e sair vitorioso dessa “batalha suja”.
Ciberia // ZAP