Mais de metade das crianças com menos de 8 anos usa aplicativos como entretenimento e as crianças que mais usam os dispositivos eletrônicos têm até 2 anos.
Segundo o estudo “Happy Kids: Aplicativos Seguros e Benéficos para Crianças”, do Catolic Research Centre for Phychological, Family and Social Wellbeing, que foi apresentado na terça-feira (16) em Lisboa, as crianças até 2 anos são as que mais usam aplicativos.
Dos quase 2 mil pais questionados no âmbito do trabalho, que se debruçou sobre a utilização de tecnologia por crianças entre 0 e 8 anos, mil admitiram permitir aos filhos o uso de aplicativos.
Destes, explica o jornal Público, 567 admitiram que os filhos usam a tecnologia em restaurantes; 490 em casa para estarem entretidos enquanto os pais trabalham ou fazem tarefas domésticas; e 99 para resolver uma birra.
De acordo com os pais, os filhos preferem aplicativos de ação e aventura, vídeos e quebra-cabeças. 427 dos participantes acreditam que o uso dos dispositivos pode ser educativo para as crianças, que podem adquirir competências em áreas escolares, como a leitura e a matemática.
Por outro lado, os pais reconhecem que essas atividades podem trazer consequências negativas para os filhos na atividade física (854), na qualidade do sono (702) e nas competências sociais (616).
Além disso, os pais confessam que o que menos gostam nas aplicativos são o fato de não serem apropriados para as crianças (544), poderem ser viciantes (424) e violentos (422).
Em relação à segurança, os pais optam por controlar a utilização (1330) e os conteúdos (1224). Há ainda quem acompanhe as atividades digitais (869) e quem ensine (757).
Segundo Rita Francisco, uma das autoras do estudo, “a forma mais indicada para o uso das tecnologias é promover a interação entre pais e filhos”, mas essa é uma estratégia pouco usada.
Em relação aos perigos do cyberbullying, os pais consideram que os filhos não estão em risco, uma vez que não publicam conteúdos nas redes sociais. Rita Francisco alerta que “as crianças sabem usar mais do que aquilo que os pais pensam e podem estar expostas sem que eles saibam”.
O tema ainda necessita de mais pesquisa, de acordo com a opinião da autora. Mas, por enquanto, a recomendação aos pais é adequar os conteúdos à idade dos filhos, de forma a mantê-los em segurança.
Ciberia // ZAP