Há muito tempo sabemos que as vantagens competitivas são essenciais para a sobrevivência humana. Agora, um novo estudo vem reforçar que no sexo e no número de filhos acontece o mesmo, com os homens se beneficiando especialmente de certos traços de personalidade.
Os homens com um determinado conjunto de traços de personalidade conseguem fazer sexo mais vezes e ter mais filhos, segundo um estudo realizado por cientistas da Universidade Tecnológica de Queensland (QUT), na Austrália, que foi publicado no jornal Personality and Individual Differences.
No que foi “o maior estudo de economia comportamental já feito na Austrália”, em torno da personalidade, do sexo e do número de filhos, os pesquisadores Stephen Whyte, Ho Fai Chan e Benno Torgler concluíram que os homens que são extrovertidos, emocionalmente estáveis, agradáveis ou conscientes têm sucesso especial.
“Ao longo da história, as vantagens competitivas ajudaram homens e mulheres a alcançarem sucesso crescente nas suas ocupações, esporte, empreendimentos artísticos, na sua capacidade para adquirir e manter recursos e, em última instância, na sobrevivência”, atesta Stephen Whyte no comunicado da QUT, explicando que a pesquisa procurou verificar se o mesmo ocorre no capítulo da atividade sexual e do número de filhos.
Os pesquisadores procuraram compreender como “traços de personalidade influenciam o acasalamento humano e o comportamento reprodutivo” e especialmente, se “certos traços de personalidade são favorecidos tanto por homens quanto por mulheres”.
Os dados para análise foram recolhidos de um inquérito realizado na Austrália, em 2016, em torno do sexo, e que levou os participantes a responderem a perguntas sobre sua realidade sociodemográfica. Tiveram ainda que realizar um teste de personalidade para assinalar cinco traços mais relevantes.
A conclusão é que há “diferenças de personalidade essenciais entre os sexos, tanto no sucesso da frequência sexual como da descendência”, explica Stephen Whyte.
“Em comparação com as mulheres, os homens relatam um maior número de fatores de personalidade que influenciam o desfecho, o que explica uma maior proporção da variação na atividade sexual”, acrescenta o economista.
“Tanto para homens quanto para mulheres, a extroversão foi equiparada a uma maior frequência sexual”, refere Stephen Whyte.
Os resultados mostraram também que “certas combinações de traços parecem resultar em uma maior frequência sexual e em mais descendentes para homens selecionados”, diz o coautor do estudo, esclarecendo que essas combinações são “alta extroversão e alta afabilidade, alta extroversão e alta conscienciosidade, e alta afinidade com alta conscienciosidade”.
A combinação de “alta extroversão e baixa abertura” também revelou estar relacionada com o aumento da descendência nos homens, enquanto nas mulheres, só as “mais agradáveis” tinham mais filhos.
As descobertas do estudo “sugerem que uma maior variação nos traços masculinos e suas combinações particulares podem fornecer uma vantagem para eles quando se trata de sexo e reprodução”, mas o mesmo não se verifica nas mulheres, conclui Stephen Whyte.
Ciberia // ZAP