Uma forte epidemia de gripe atingiu seu pico na França com cerca de 1.100 mortos desde que começou, segundo dados da ministra francesa da Saúde, Agnès Buzyn.
Em pleno inverno, o governo alertou para uma “eficácia medíocre” da vacina contra o vírus e pediu que a população respeite as regras de higiene para evitar o contágio.
“Sabemos que, todos os anos, a gripe mata em geral mais de 10.000 pessoas. Esse é o motivo pelo qual insisto na vacinação das pessoas idosas e das equipes que os acompanham”, disse Agnès Buzyn. “Atualmente a França inteira está numa zona de epidemia e veremos no fim do mês os números terríveis da taxa de mortalidade.”
O problema é que, nesse ano, há dois vírus da gripe em circulação na França, o que obriga o governo a fornecer uma vacina que proteja em ambas as situações. “Contra o vírus clássico, de tipo A, existe 50% de proteção, e contra o outro, a proteção é medíocre, de apenas 20%, o que pode explicar as mortes”, disse a ministra.
“A vacina é moderadamente eficaz nesse ano, é por isso que os gestos de proteção são importantes: lavar as mãos, tossir cobrindo a boca, evitar espirrar saliva nos outros”, defendeu Buzyn.
“O problema é que cada vacina é uma aposta, somos obrigados a fazer uma previsão dos tipos de vírus que vão circular, seis meses antes que eles apareçam no mundo. Então, quando finalmente vencemos a aposta, já é tarde.”
Entre as vítimas fatais da gripe neste ano na França estão seis pessoas, quatro residentes e dois funcionários, de uma casa de repouso do departamento de Loiret.
“Os dois acompanhantes que faleceram não estavam vacinados”, explicou a ministra da Saúde. “Os idosos estavam protegidos, mas sabemos que, entre eles, a vacina é pouco eficaz, já que o sistema imunitário funciona mal em resposta à vacinação.”
Agnès Buzyn lembrou, por fim, que havia, no passado, uma obrigação de vacinação para as equipes médicas e de enfermaria, mas que foi abolida. Ela disse que está fazendo um “esforço excepcional” para que uma campanha pró-vacina seja feita no país.
// RFI