O presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu nesta quinta-feira que as condições de vida no país pioraram nos últimos anos, mas afirmou que as autoridades trabalham para reverter essa tendência e enumerou os primeiros resultados desse trabalho.
Putin, que fez esses comentários durante sua tradicional entrevista direta com os cidadãos, explicou que a situação tem a ver com vários “golpes” sofridos pela economia russa nos últimos anos e que se traduziram na queda contínua das receitas efetivas da população, embora a situação, acrescentou, tenha começado a se reverter.
Neste sentido, minimizou a importância das sanções ocidentais que pesam sobre o país e ressaltou que a economia russa foi mais afetada pela queda dos preços dos produtos de exportação tradicional, como o gás, o petróleo, os metais, adubos e outros produtos da indústria química.
No entanto, o chefe do Kremlin disse que já o ano passado os salários aumentaram 8% e para este ano previu um aumento de 2,8%. “Os salários aumentam. São média, já que a situação é diferente em diversos setores (da economia), mas mostra uma tendência”, afirmou.
Segundo admitiu Putin, o salário mínimo hoje em dia é de 11.280 rublos por mês (cerca de R$ 677) com uma inflação que ficou situada em 5% em junho, segundo o Banco Central da Rússia (BCR).
Segundo disse recentemente o presidente de Tribunal de Contas da Rússia, Alexei Kudrin, cerca de 12,5 milhões de russos vivem abaixo da linha de pobreza, o que classificou de “vergonha”, já que em um país onde crescem os salários, não pode haver tantos pobres. O Kremlin negou esta situação.
Esta é a décima sétima vez que Putin utiliza este formato para responder ao vivo pela televisão às perguntas dos cidadãos sobre todos os tipo de assuntos, centrados principalmente em aspectos de ordem doméstica.
No ano passado, o líder russo respondeu a mais de 70 perguntas durante 4 horas e 20 minutos, embora o recorde absoluto tenha sido batido em 2013, quando esteve na tela durante 4 horas e 47 minutos para responder a 85 perguntas.
// EFE