A menos de um mês da data de oficialização do Brexit, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson pressionou os europeus nesta quarta-feira (2), anunciando um projeto de “compromisso”.
A proposta foi apresentada como a única maneira de evitar uma saída sem acordo. As condições da oferta estabelecida por Johnson foram, segundo Londres, enviadas às outras 27 capitais europeias nesta terça-feira (1°). As linhas gerais da proposta de Boris Johnson já eram esperadas pela União Europeia com uma mistura de ceticismo e ansiedade, e as primeiras reações já se mostram desfavoráveis.
O consultor de Boris Johnson para o Brexit, David Frost, é esperado em Bruxelas nesta quarta-feira. No entanto, mesmo antes de receber formalmente o texto das propostas britânicas, algumas lideranças europeias já começaram a descartá-las.
A principal crítica é que a proposta do Reino Unido não funcionará, uma vez que a oferta final apresenta falhas estruturais. Estas primeiras reações se alinham às dúvidas já expressas pela ministra irlandesa dos Assuntos Europeus, Helen McEntee.
A proposta de Johnson certamente não será aceitável para a Irlanda, ou para o bloco europeu como um todo.
A fronteira irlandesa
A oferta britânica não prevê controles alfandegários na fronteira irlandesa, diz Boris Johnson, mas a possibilidade de controles terrestres nos dois lados da fronteira irlandesa. A ideia parece estabelecer uma fronteira rígida na ilha, e, segundo Bruxelas, isso ameaçaria seriamente os acordos geopolíticos que trouxeram a paz de volta à Irlanda há 20 anos.
Os europeus também veem nesta oferta, limitada a 2025, uma alternativa muito fraca. Mas as autoridades também estão preocupadas que Boris Johnson esteja exigindo deles uma resposta definitiva sobre a possibilidade de um adiamento do Brexit, após esta nova oferta.
A eventualidade de uma recusa da oferta apresentada hoje por Johnson poderia torná-los responsáveis por um possível Brexit sem acordo.