Ingebjørg Blindheim tem 22 anos e já ganhou o apelido de “salva-vidas”. A norueguesa monitora quase 500 perfis nas redes sociais buscando identificar usuários que possam estar próximo de cometer suicídio.
Quando percebe uma situação de risco, a jovem prontamente avisa a polícia e os serviços de ambulância para evitar o pior. Conforme contou à Folha, ela nunca recebeu treinamento em saúde mental, mas se sente compelida a ajudar, pois sabe que pode ser a última chance de salvação para pessoas que cogitam o suicídio.
As contas monitoradas por ela são geralmente de perfis privados no Instagram, onde as pessoas publicam seus pensamentos mais obscuros. É necessário se esforçar para conseguir informações dos usuários antes de entrar em contato com a polícia.
A motivação vem de sua própria experiência lidando com transtornos mentais. Ingebjørg foi diagnosticada com anorexia e passou por tratamento junto a uma amiga. Há quatro anos, ambas receberam alta, mas a amiga avisou que iria se matar se precisasse voltar para casa. Ela publicou fotografias de trilhos de trem e Ingebjørg telefonou para lhe dissuadir da ideia, sem sucesso.
Desde então, a jovem encarou a prevenção ao suicídio como uma missão de vida. Foi assim que passou a monitorar estes perfis que compartilham imagens de automutilação e histórias de sofrimento, além de pensamentos suicidas. Eles atuam quase como uma rede, em que pessoas em depressão oferecem apoio umas às outras. Infelizmente, não de maneira adequada.
O Instagram também está de olho no problema e, desde fevereiro deste ano, baniu todas as imagens com conteúdos violentos de automutilação e restringiu publicações relacionadas ao suicídio, incluindo memes, desenhos e animações. A triagem é feita por máquinas e humanos, visando evitar que as imagens se propaguem antes mesmo de que sejam denunciadas por outros usuários.
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