A partir desta segunda-feira a maioria dos países europeus reabre suas fronteiras internas, e a partir de 1° julho, será a vez das fronteiras externas da União Europeia. No entanto, a entrada de cidadãos vindos de países onde a pandemia está fora de controle, como é o caso do Brasil e EUA, não será permitida.
A Europa, que fechou suas fronteiras durante três meses para conter o novo coronavírus, agora se prepara para o verão.
A estabilização da pandemia de Covid-19 na Europa, a chegada do verão e a retomada do turismo para reaquecer a economia foram fatores decisivos para Bruxelas anunciar a reabertura gradual das fronteiras internas e externas da União Europeia.
Segundo a recomendação da Comissão Europeia, as fronteiras entre os países do bloco e dos que aderiram ao Tratado de Schengen – Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein – voltam a abrir a partir desta segunda-feira.
Após quase três meses de isolamento social, a Europa está pronta para ensaiar cenas de um verão entre vizinhos, apesar do temor em enfrentar uma segunda onda do novo coronavírus depois das férias.
Reabertura de fronteiras em ritmos diferentes
A reabertura das fronteiras internas do espaço Schengen – zona de livre circulação entre os países da UE, com exceção do Reino Unido, Irlanda, Croácia, Bulgária e Romênia – vai acontecer em ritmos diferentes. França, Bélgica e Grécia restabelecem a livre circulação a partir desta segunda-feira.
Portugal deve esperar até 1º de julho e a Espanha antecipou para 21 de junho a data para acolher os turistas. Já a Itália, país onde o surto começou na Europa, relaxou os controles fronteiriços entre suas regiões e o resto da União Europeia no início do mês. Desde a semana passada, o Reino Unido, que não faz mais parte da UE, impôs uma quarentena de 14 dias a todos os viajantes que chegarem do exterior.
Os destinos favoritos na Europa estão se preparando para a pior temporada de verão dos últimos tempos. As restrições de viagem impostas pela pandemia arrasaram a indústria do turismo no continente que perde cerca de € 1 bilhão a cada mês.
Recém-saídos de uma longa quarentena, a prioridade dos turistas europeus na estação mais esperada do ano será viajar para praias e cidades que ofereçam menos riscos de contágio pelo novo coronavírus. No auge do verão, será possível checar um mapa interativo projetado pelo serviço de ciências da Comissão Europeia com informações sobre os últimos controles fronteiriços e condições de viagem.
Bruxelas propôs a reabertura gradual de suas fronteiras externas a partir de 1º de julho e recomendou seus Estados-membros a criarem uma lista de países terceiros que estão com a situação sanitária sob controle. Cidadãos de países onde a doença está fora de controle, como é o caso do Brasil e EUA, não vão poder entrar na Europa.
Covid-19 trouxe nova ênfase nas fronteiras
A ideia de uma Europa sem fronteiras, sem controles fronteiriços entre os países do bloco serviu de alicerce para a construção da União Europeia. Mas agora com a pandemia a função destas fronteiras, abolidas pelo Tratado de Schengen, foram redefinidas e ganharam uma nova importância: a de proteger cada Estado de um inimigo invisível, a Covid-19.
Segundo a Corte de Justiça da União Europeia, todo país do bloco deve poder controlar quem cruza suas fronteiras quando a questão envolve saúde pública e proteção da população. Em nome do combate à pandemia, fronteiras foram fechadas, cidadãos confinados e o uso de máscaras se tornou obrigatório, por alguns governos, quando a taxa de contaminação estava alta.
As fronteiras nacionais dos países europeus se tornaram uma espécie de filtro para resguardar seus cidadãos de novos contágios. Controles internos foram impostos como durante o auge da crise migratória na Europa e dos ataques terroristas, ambos em 2015.
// RFI