Já se sabia que a nuvem de gás, que engloba nossa galáxia, é formada por uma Grande Nuvem de Magalhães e uma Pequena Nuvem de Magalhães, mas até agora não se sabia a origem de sua massa.
Astrônomos descobriram a composição da Corrente de Magalhães, uma nuvem de gás que engloba a Via Láctea a uma distância de cerca de 200 mil anos-luz.
“A corrente é um enigma de 50 anos. Nós nunca tivemos uma boa explicação de onde ela veio. O que é realmente excitante é que estamos nos aproximando de uma explicação agora”, disse o astrônomo Andrew Fox, do Instituto de Ciências Telescópicas Espaciais em Baltimore, estado de Maryland, EUA.
A Grande Nuvem de Magalhães e a Pequena Nuvem de Magalhães realizam uma “rotação dupla”, orbitando uma à outra, e também girando em torno da Via Láctea, que as prejudica.
Com base nisso, a equipe da Universidade de Wisconsin-Madison norte-americana, liderada pelo astrônomo Scott Lucchini, realizou uma pesquisa, cujos resultados foram publicados na revista Nature na quarta-feira (9), chegando à conclusão de que o gás não vem das próprias galáxias, mas, sim, dos seus halos galácticos, nuvens gigantes de gás e plasma que envolvem a maioria das galáxias.
De acordo com simulações, a formação foi um processo de duas etapas. A primeira etapa ocorreu muito antes das Nuvens de Magalhães serem capturadas pela Via Láctea, mas quando elas já estavam orbitando uma à outra. A Grande Nuvem de Magalhães roubou uma grande parte do material da Pequena Nuvem de Magalhães durante 5,7 bilhões de anos, fazendo-a perder uma pequena quantidade do seu próprio gás.
O resultado foi um halo de massa de cerca de três bilhões de massas solares de gás, que envolveu as duas galáxias capturadas pela Via Láctea. As forças gravitacionais, por sua vez, criaram a Corrente de Magalhães, que fornecia entre 10% e 20% de sua massa final.
Durante a segunda etapa, as interações entre a gravidade da Via Láctea e o halo da Corrente de Magalhães afastam cerca de um quinto da massa da Coroa de Magalhães para fora para criar o resto do fluxo.
Implicações da pesquisa
Assim, a própria existência de halos em volta das Nuvens de Magalhães pode estar sendo comprovada pela pesquisa.
Apesar de os cientistas estarem certos de sua ligação às galáxias anãs Grande Nuvem de Magalhães e Pequena Nuvem de Magalhães, que orbitam nossa galáxia, e que as deverá consumir no futuro, até agora os modelos científicos eram incapazes de explicar a razão pela qual as galáxias anãs estavam perdendo muita massa, que é estimada ter uma massa equivalente a um bilhão de sóis.
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