“Coletes amarelos” voltam às ruas na França com protestos modestos, mas marcados por confrontos

Christophe Petit Tesson / EPA

Este sábado foi marcado por uma série de protestos dos “coletes amarelos” nas ruas da França. O movimento, que começou em 2018 e ficou mundialmente conhecido por paralisar o país durante meses, havia sido interrompido, principalmente por causa da pandemia de Covid-19, mas foi retomado. As manifestações reuniram menos participantes, mas registraram confrontos com a polícia.

O movimento, que nasceu sob forma de protesto contra um imposto sobre os combustíveis, antes de se tornar uma mobilização nacional contra a queda do poder aquisitivo, foi retomado em Paris e várias cidades francesas. O ritual não foi alterado: as convocações foram lançadas pelas redes sociais e, logo pela manhã, os primeiros cortejos já estavam nas ruas.

Temendo cenas de vandalismo, como as que marcaram inúmeros protestos dos “coletes amarelos” no passado, as autoridades implementaram um dispositivo de segurança reforçado, fechando algumas estações de metrô em Paris e proibindo o acesso a locais sensíveis, como a avenida Champs-Elysées, palco de violência e degradação no auge do movimento. Alguns comerciantes também preferiram proteger suas vitrines com tapumes para evitar os atos de vandalismo.

Mas o contexto de pandemia – no qual eram mais numerosos os participantes usando máscaras de proteção do que os coletes amarelos, símbolo do movimento – parece ter tido um impacto na mobilização.

Segundo dados divulgados no início da noite pelo ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, cerca de 8.500 pessoas desfilaram pelas ruas do país, entre elas 2.500 na capital e “as manifestações foram realizadas em um clima de calma que permitiu manter a ordem republicana”. Um número bem modesto diante dos mais de 100.000 participantes reunidos em alguns dos atosno auge do movimento.

Carros incendiados

Mas isso não impediu que o protesto desse sábado fosse marcado por confrontos com a polícia. Manifestantes enfrentaram as forças de ordem, que responderam com bombas de gás lacrimogêneo. Atos de vandalismo foram registrados e pelo menos dois carros foram incendiados em Paris.

Não há registros de feridos mas, no final do dia, a polícia indicou que 287 pessoas haviam sido detidas durante os protestos (275 na capital). Muitas delas foram presas por participarem da manifestação carregando facas, martelos e outros objetos que poderiam ser usados como armas.

// RFI

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