A NASA planeja levar humanos novamente à Lua com o programa Artemis a partir de 2024, que irá contribuir para a realização de futuras visitas a Marte. E Elon Musk é um entusiasta da ideia de povoar Marte.
Para que tudo isso ocorra, será necessária uma estadia mais longa no Planeta Vermelho. Assim, Javier Fernandez, pesquisador da Universidade de Tecnologia e Design de Singapura, desenvolveu uma tecnologia à base de quitina que poderia ser utilizada para produzir ferramentas e abrigos marcianos.
Fernandez e seus colegas utilizaram substâncias químicas simples, mas que seriam adequadas para a construção das primeiras instalações marcianas com pouquíssima energia e sem equipamentos complexos.
Com a quitosana, substância derivada de quitina, e um mineral semelhante ao solo marciano, eles desenvolveram um material e o utilizaram para construir um primeiro modelo de habitat em Marte.
A equipe demonstrou que o material pode ser usado para criar ferramentas e abrigos resistentes, e os autores acreditam que essa seja a chave para o desenvolvimento dos humanos como uma espécie interplanetária.
O material desenvolvido pode ser fabricado com facilidade e não utiliza a quitina por acaso: este é um dos polímeros orgânicos mais presentes em nosso planeta; a quitina é produzida e metabolizada por diversos organismos, e compõe a parede celular de fungos além de formar também os exoesqueletos de crustáceos e insetos. Então, como está tão presente, é bastante possível que a quitina faça parte de ecossistemas artificiais.
O material inspirado na quitina foi criado originalmente para ecossistemas em ambientes urbanos, e tem potencial grande com recursos tão escassos como é o caso de planetas ou satélites sem vida.
Assim, essa tecnologia é eficiente, poderia ser utilizada com requisitos simples de produção e seria bastante versátil em Marte.
Por fim, Fernandez ressalta que, ao contrário da percepção geral, os materiais sustentáveis não substituem polímeros sintéticos; eles são muito mais uma tecnologia que poderá representar avanços que não seriam possíveis com os componentes sintéticos.
O estudo foi publicado na revista Plos One.
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