Líderes europeus se reúnem em videoconferência nesta quinta-feira (21) para discutir como acelerar a campanha de imunização contra a Covid-19 nos países-membros. Na agenda, os dirigentes da União Europeia também devem debater a cooperação em relação às vacinas com países de fora do bloco.
A Comissão Europeia definiu ações-chave para intensificar a luta contra a pandemia da Covid-19, e em comunicado divulgado essa semana, uma das ações será a ajuda aos parceiros do bloco. De acordo com Bruxelas, o executivo europeu deve criar “um mecanismo para estruturar o fornecimento de vacinas partilhadas pelos estados-membros com os países terceiros”.
O Brasil não foi citado no documento. Resta a expectativa de que o país seja levado em consideração durante o debate dos dirigentes nesta quinta-feira.
O bloco europeu pretende doar cerca de 2,3 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, até o momento, para os países dos Balcãs Ocidentais (Albânia, Bósnia-Herzegovina, Macedônia do Norte, Kosovo e Sérvia), alguns parceiros orientais (Geórgia, Moldávia, Ucrânia, Armênia e Azerbaijão), além da África.
Acelerar a imunização na Europa
Desde a semana passada, a empresa farmacêutica americana Pfizer reduziu temporariamente as entregas de sua vacina Pfizer/Biontech contra a Covid-19 na Europa para aumentar sua capacidade de produção. O objetivo é produzir 2 bilhões de doses de vacina por ano em vez dos 1,3 bilhão planejadas.
A Comissão Europeia também conta com a autorização de novas vacinas. A agência europeia de medicamentos deve aprovar uma terceira vacina, a da AstraZeneca, no dia 29 de janeiro, e, depois, será a vez do imunizante da Johnson & Johnson.
Para sair da crise o mais rápido possível, Bruxelas pretende ainda aumentar os testes e dispor de mais genomas do vírus sequenciados para detectar suas fragilidades e forças.
A presidente do executivo europeu, Ursula von der Leyen, quer que um certificado de vacinação contra a Covid-19 seja reconhecido mutuamente nos 27 países do bloco. Nesta cúpula, os chefes de estado e governo da União Europeia devem abordar a questão.
Esse certificado de vacinação possibilitaria a monitoração da primeira e da segunda dose, além de facilitar a circulação dos europeus no continente. Atualmente, todas as viagens não essenciais são fortemente desaconselháveis até que a situação epidemiológica melhore consideravelmente.
Estratégia de vacinação na União Europeia
Para tentar manter as mutações do novo coronavírus sob controle, o centro europeu de prevenção de doenças, a agência europeia de medicamentos, a Comissão Europeia e os governos dos 27 países do bloco pretendem até março vacinar pelo menos 80% das pessoas com mais de 80 anos e 80% dos profissionais de saúde, assistentes sociais e cuidadores em asilos de idosos.
Até o verão de 2021, entre os meses de junho a agosto, os estados-membros deverão ter vacinado 70% de suas populações adultas.
Novas restrições e taxas altas de contaminação
Para conter a propagação do vírus e de sua mutação, a Alemanha prorrogou o lockdown até 14 de fevereiro e anunciou o fechamento de escolas e jardins de infância. Holanda e Dinamarca também intensificaram as restrições para frear a epidemia.
No Reino Unido, as mortes pelo coronavírus bateram um novo recorde diário. Desde o último sábado (16), a França endureceu as medidas sanitárias e impôs um toque de recolher às 18h em todo o país. Apesar do início da vacinação contra a Covid-19, a taxa de infecção diária do novo coronavírus está aumentando em vários países da Europa.
Em Portugal, o número médio de infecções atingiu um recorde de mais de 10 mil casos por dia. No Reino Unido (43.257), Espanha (33.360), França (18.820) e Alemanha (16.404) a média de contaminações tem sido bastante alta. Ultimamente, de cada 100 novos casos de Covid confirmados no mundo, 30 são no continente europeu.
Desde o início da pandemia foram registrados quase 28 milhões de casos e 636 mil mortes na Europa, o continente mais atingido pelo novo coronavírus. Atualmente, os países europeus com o maior número diário de mortes são o Reino Unido (1.820), Alemanha (883), Itália (477) e França (363).
// RFI