O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (25) uma ordem executiva para dar início à construção de um muro ao longo da fronteira com o México.
A construção do muro é uma das mais polêmicas propostas da campanha eleitoral de Trump, que insiste em que o México pagará pela obra de alguma forma.
Um artigo do jornal Washington Post, assinado por Jerry Markon e Lisa Rein, observa que a ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump não é suficiente para erguer o muro na fronteira com o México. Depois de ouvir especialistas, o jornal afirma que a obra também precisa da autorização do Congresso para o seu financiamento.
Segundo cálculos dos especialistas, os fundos federais existentes não cobrem a execução do projeto. Para fazer frente à obra, serão necessários US$ 20 bilhões, ou “talvez significativamente mais”, de acordo com peritos ouvidos pelo The Washington Post. O que justifica gastar tanto dinheiro é a montagem de uma estrutura maciça para o muro, conforme explicaram os peritos.
Essa quarta-feira, Trump ordenou também o congelamento de recursos públicos para cidades que se negam a prender e a deportar imigrantes em situação irregular.
“O México não pagará por nenhum muro”
O presidente do México, Enrique Peña Nieto, já respondeu que seu país não pagará pelo muro ordenado por Trump. Em mensagem divulgada em rede nacional logo após Trump assinar o decreto que autoriza a construção do muro – uma das promessas de campanha mais controversas do magnata republicano -, Peña Nieto exigiu “respeito” dos Estados Unidos (EUA) com o México, “uma nação soberana”.
“Lamento a decisão dos Estados Unidos de continuar a construção de um muro que, em vez de nos unir, divide”, afirmou o mexicano, criticando o presidente norte-americano. “O México não acredita em muros, disse isso mais de uma vez. O México não pagará por nenhum muro“, rebateu Peña Nieto. O presidente mexicano também anunciou que “analisará os próximos passos que tomará”, baseando-se no resultado de reuniões de alto nível que devem ocorrer nos próximos dias em Washington com representantes dos dois governos.
Circulam boatos na imprensa mexicana de que Peña Nieto poderia até cancelar uma viagem oficial que tem agendada para terça-feira (31) aos Estados Unidos. Membros de seu gabinete, como o chanceler Luis Videgaray e o ministro da Economia, Ildefonso Guajardo, já estiveram em Washington e se encontraram com o gabinete de Trump.
O presidente tomou posse no último dia 20 de janeiro, após vencer as eleições de novembro contra a candidata democrata, Hillary Clinton. Durante toda a campanha eleitoral, ele prometeu construir um muro na fronteira com o México e endurecer as leis imigratórias nos EUA. Segundo analistas, o muro tem custo estimado em US$ 12 bilhões.
Trump já ameaçou confiscar remessas de mexicanos que vivem nos EUA, caso o país vizinho se nege a pagar pela obra. O muro teria 3.200 km de extensão, sendo que 1.046 km seriam cobertos por cercas. A barreira passaria por Matamoros, Ciudad Juarez, El Paso e Tijuana.