Representantes da NASA e cientistas russos vão realizar uma reunião, esta semana, no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais em Moscovo para esclarecer os problemas científicos de Venera-D, uma missão conjunta a Vênus.
“Vênus é frequentemente chamado de planeta irmão da Terra, mas não sabemos quase nada sobre ele, incluindo se houve vida e água líquida na sua superfície no passado”, disse Jim Green, chefe do departamento de paleontologia da NASA.
“Se compreendermos como funcionam os vários processos em Vênus e Marte, teremos uma imagem mais completa de como é que os planetas semelhantes à Terra evoluem, e conseguiremos saber o que aconteceu e o que vai acontecer na Terra”, adiantou.
No início de novembro do ano passado, a NASA e vários cientistas russos começaram a considerar a opção de implementação conjunta da missão Venera-D, que foi excluída do Programa Espacial Federal da Rússia devido a cortes no orçamento de investigação espacial.
De acordo com o especialista Lev Zeleny, diretor do Instituto de Pesquisas Espaciais, os representantes da NASA manifestaram interesse em participar na criação de uma estação de “longa duração” em Vênus, que será capaz de explorar a superfície e a atmosfera do planeta.
Em outubro do ano passado foi criado um grupo de trabalho, cujo principal objetivo foi a avaliação da possibilidade de realização da missão neste formato e a definição de áreas de responsabilidade da Rússia e dos EUA.
De acordo com os planos atuais da NASA e do Instituto de Pesquisas Espaciais, a Venera-D vai orbitar Vênus durante pelo menos três anos, devendo pousar uma sonda na sua superfície e lançar um drone de bateria solar na atmosfera superior do planeta.
“Se olharmos para o Sistema Solar em geral, a Terra e Vênus são quase indistinguíveis um do outro, tendo um tamanho e uma composição semelhantes. No âmbito desta cooperação, gostaríamos de saber como nasceu o forte efeito-estufa existente em Vênus”, afirmou David Senske, do Laboratório de Propulsão a Jato na NASA.
Na melhor das hipóteses, a Venera-D vai ser lançada para o espaço em 2025 ou 2026, mas tudo vai depender, segundo Senske, da vontade e da capacidade da Rússia, bem como da inclusão da Venera-D no Programa Espacial Federal do país.
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