Um novo estudo sugere que Vênus poderia ter sustentado um ambiente perfeitamente habitável por bilhões de anos, até que algo o transformou em uma “estufa infernal”.
Desde 1978, quando a missão Pioneer da NASA encontrou sinais de que oceanos rasos já haviam fluido em Vênus, que os cientistas se perguntaram se isso indicava que o planeta poderia ter tido em tempos um clima suficientemente estável para suportar água líquida – um elemento-chave na avaliação da habitabilidade de qualquer planeta.
Também chamado de “planeta irmão da Terra”, devido ao tamanho e massa semelhantes, Vênus é considerado por muitos como sendo quente demais e estando muito perto do Sol para poder ter sustentado água líquida.
A nova pesquisa, realizada por Dr. Michael Way e Anthony Del Genio do Instituto Goddard para Estudos Espaciais da NASA, analisou cinco cenários envolvendo diferentes quantidades de cobertura aquática em Vênus e descobriu que em todos os casos o planeta poderia manter temperaturas adequadas para sustentar água líquida por um período de três bilhões de anos.
Clima estável
De acordo com os cientistas, Vênus poderia potencialmente ter mantido este clima temperado até os dias de hoje, se não fosse por uma série de eventos 700 milhões de anos atrás que provocaram uma catastrófica emissão de dióxido de carbono gasoso armazenado nas rochas do planeta.
“Nossa hipótese é que Vênus pode ter tido um clima estável por bilhões de anos. É possível que o evento de recapeamento [da superfície] quase global seja responsável por sua transformação de um clima semelhante ao da Terra para a estufa infernal que vemos hoje”, explicou Way.
Segundo a NASA, as temperaturas na superfície de Vênus podem ser quentes o suficiente para derreter chumbo, enquanto a atmosfera é incrivelmente densa.
Ainda não está claro o que causou a emissão extrema de gases que resultou na transformação do planeta, embora a atividade vulcânica seja uma possibilidade.
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