Pequenas câmeras colocadas na parte traseira das baleias jubarte e baleias minke revelaram alguns mistérios sobre seus hábitos alimentares e suas vidas na Antártida, informaram nesta terça-feira (11) fontes científicas na Austrália.
Para este projeto, um grupo de cientistas australianos e americanos colocou dispositivos digitais não invasores, que contêm sensores tridimensionais de movimento e uma câmera em um grupo de baleias na Península Antártica.
Estes dispositivos colocados por sucção, que além disso registram através dos sensores os movimentos das baleias bem como o tempo e a profundidade de cada imersão, são colocados por 24 ou 48 horas antes de serem retirados para serem usados de novo em outros exemplares.
“As câmeras mostram o método de alimentação das baleias jubartes nesta área da Antártida, incluindo como incham ao alimentar-se dos enxames de krill”, explicou Mike Double, pesquisador da Divisão Australiana Antártica (AAD, siglas em inglês), em um comunicado de sua instituição.
Segundo os estudos, uma grande quantidade de baleias parece se reunir em vários lugares como a Baía Wilhelmina, a Enseada Cierva, a Baía Fournier e o Canal Errera, para se alimentar durante semanas.
A informação permite reconstruir a forma como as baleias se alimentam debaixo da água e determinar “se as mudanças na população de krill pela mudança climática, a pesca comercial e a acidificação do oceano podem causar impactos nas baleias no futuro“, disse o especialista americano Ari Friedlaender.
Outra pesquisadora que participou do estudo, Elanor Bell, disse que a informação é valiosa na medida em que se conhece pouco sobre os padrões de alimentação das baleias minke.
“As minke são mais rápidas que as baleias jubartes e frequentemente buscam alimentos em áreas com muita água congelada. Isto faz com que seja mais difícil nos aproximarmos para desdobrar equipamentos de rastreamento”, comentou.
As câmeras também captaram imagens sobre a vida social das baleias e a força com a qual exalam para limpar as águas congeladas e poder respirar, informou em um comunicado a filial australiana do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), que apoiou o estudo.
“Pudemos apreciar que as baleias destinam muito tempo durante o dia à socialização e ao descanso enquanto que se alimentam em grande medida pelas noites”, comentou Friedlaender.
Este estudo foi auspiciado pela Comissão Baleeira Internacional e a Associação de Investigação do Oceano Antártico (IWC-SORP, siglas em inglês) para melhorar a proteção das áreas de alimentação das baleias.
O diretor da seção de Ciências Oceânicas da WWF-Austrália, Chris Johnson, destacou a necessidade de ter santuários marítimos “para proteger as espécies e permitir que os hábitats sejam mais resistentes e prosperem no futuro”.
// EFE