O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, reagiu neste domingo (15) às acusações do advogado do presidente Michel Temer de que a divulgação dos vídeos do operador financeiro Lúcio Funaro no site da Câmara dos Deputados se tratou de um “criminoso vazamento”.
“Da minha parte, uma perplexidade muito grande ver o advogado do presidente da República, depois de tudo que fiz pelo presidente, da agenda que construí com ele, de toda defesa que fiz na primeira denúncia, ser tratado de forma absurda e – vamos chamar assim – sem nenhum tipo de prova, de criminoso”, declarou Maia.
No sábado (14), Eduardo Carnelós divulgou uma nota na qual apontava um “criminoso vazamento” dos vídeos com depoimentos à Procuradoria Geral da República. O material, porém, estava disponível no site oficial da Câmara desde o mês passado.
Neste domingo, Carnelós divulgou uma nova nota justificando que não poderia supor que os vídeos eram públicos e que “jamais pretendi imputar ao presidente da Câmara dos Deputados a prática de ilegalidade, muito menos crime”.
Regras legais
De acordo com nota divulgada neste domingo (15), a Presidência da Câmara dos Deputados informa que sua atuação na condução do processo envolvendo o presidente Michel Temer é “pautada exclusivamente pela regras legais e regimentais aplicáveis”.
“A Presidência da Câmara dos Deputados esclarece que a Solicitação para Instauração de Inquérito n. 2/2017, em desfavor do Senhor Presidente da República, Michel Temer, e dos Ministros de Estado Eliseu Padilha e Moreira Franco, tem sua tramitação integralmente registrada no sítio oficial da Casa, desde o recebimento dos ofícios da Presidente do Supremo Tribunal Federal encaminhando a denúncia até o presente momento”, informou.
Entretanto, a crise entre o Planalto e Maia foi acirrada com a divulgação dos vídeos. Segundo Matheus Leitão, colunista do portal de notícias da Globo, o governo acredita que a divulgação do material no portal da Câmara foi uma ação de Maia para constranger o Palácio do Planalto.
Porém, para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, os vídeos dos depoimentos de Funaro “não deveriam ter sido divulgados”.