O presidente da República em exercício, Rodrigo Maia, mostrou todo seu descontentamento com o PMDB após um evento na noite desta quarta-feira (20) em Brasília. Segundo ele, o PMDB está tentando “reduzir o crescimento do Democratas na Câmara dos Deputados”.
Maia acusou “ministros do Palácio”, sem citar nomes, e o presidente nacional do partido, senador Romero Jucá, de dar “facada nas costas” do DEM.
“Que o PMDB pare de tentar reduzir o crescimento do Democratas na Câmara dos Deputados. Isso é uma coisa que eu alertei o presidente da República, isso é muito grave e não ajuda quando o próprio Palácio participa dessa operação. Estou falando da ação que o presidente do PMDB, com alguns ministros do Palácio, para enfraquecer o Democratas”, disse Maia ao falar com a imprensa após solenidade em homenagem ao Dia Nacional do Chile, na embaixada do país em Brasília.
Maia disse que se os dois partidos são aliados, e que eles tem que ser aliados. “O partido está incomodado, os deputados estão incomodados com a ação não dos nossos adversários, mas dos nossos aliados contra o nosso partido”, afirmou.
O presidente em exercício se referiu a um episódio que jogou DEM e PMDB em lados opostos em julho deste ano. Na ocasião, deputados do PSB que apoiam as reformas propostas pelo governo haviam manifestado intenção de deixar o partido. Esses deputados foram disputados pelos dois partidos.
A líder do PSB na Câmara, deputada Tereza Cristina, uma das insatisfeitas com o partido, conversou tanto com o presidente Michel Temer quanto com Maia. Mais tarde, no mesmo dia, Temer foi à casa de Maia para debelar a crise ainda no nascedouro.
“Ele foi à minha residência dizer que nada daquilo era verdade. O presidente do PMDB [o senador Romero Jucá] ligou para o presidente do DEM [o senador Agripino Maia] para dizer que eles não tinham nenhum interesse nos parlamentares do PSB e o que estamos vendo é outra coisa”, afirmou Maia na noite de hoje.
Procurada pela Agência Brasil, a assessoria de Jucá disse que o senador não vai se manifestar sobre as acusações de Rodrigo Maia.
Mal interpretado
Antes de disparar contra o PMDB, Maia havia dito que não emitiria opiniões durante a apreciação da segunda denúncia contra Temer na Câmara dos Deputados. Ele disse que foi mal interpretado na ocasião da primeira denúncia contra o presidente e que agora não emitirá nenhuma opinião.
Na época, a lealdade do presidente da Câmara a Temer foi questionada.
“Eu vou ficar bem distante desse assunto, não vou conversar com nenhum deputado, não vou omitir mais nenhuma opinião. Na primeira denúncia, a minha opinião foi mal interpretada pelas pessoas que falam demais no Palácio [do Planalto]. Então agora eles terão de mim o silêncio absoluto. Nenhuma opinião nem contra nem a favor”, concluiu.
Ciberia // Agência Brasil