Desde que iniciou sua corrida à Casa Branca, o presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump causou controvérsia, quer seja por suas declarações infelizes ou ideias de políticas extremas e draconianas.
Apesar disso, ele contrariou as pesquisas de intenção de voto e superou a adversária Hilary Clinton, e agora estuda maneiras de pôr em prática, por bem ou por mal, aquilo que prometeu.
E uma dessas promessas envolve a criação de um registro nacional de muçulmanos. Segundo Trump, a ideia é uma medida de segurança nacional e exigiria o apoio, principalmente, de empresas do setor tecnológico.
Questionadas no começo do mês pelo Intercept Brasil sobre se elas prestariam tal serviço para a administração Trump, todas, com exceção do Twitter, optaram por permanecer em silêncio.
No caso da rede do Twitter, a rede de microblogs foi categórica e escreveu um NÃO, seguido deste link para um artigo sobre a proibição do uso de “dados do Twitter para fins de vigilância”. “E ponto final“.
Nesta sexta-feira (16), quase duas semanas depois, Apple, Google e Uber finalmente resolveram se posicionar sobre o assunto e se alinharam ao lado do Twitter, contrárias à criação do tal registro proposto por Trump.
Ao Buzzfeed, um porta-voz da Apple destacou que a empresa acredita que todos devem ser tratados igualitariamente, independentemente de suas crenças, aparência ou quem amam. “Não nos pediram para fazer o registro, mas somos contrários a tal medida“, disse o representante da Maçã.
Poucos instantes depois da resposta de Cupertino, o Google divulgou um comunicado no mesmo tom. “Em relação à ideia hipotética de que ajudaríamos a criar um ‘registro muçulmano’: não nos pediram, mas somos contrários a tal ideia. E ficamos felizes de ver que tal proposta pode jamais sair do papel“, disse a empresa.
Em relação à Uber, a empresa foi ríspida e seca, respondendo ao Buzzfeed com um uníssono “Não” e nada mais.
Reunião com o presidente eleito
Na semana passada, os chefões das mais importantes empresas de tecnologia dos Estados Unidos se reuniram com Donald Trump na Trump Tower, em Nova Iorque, residência dele e QG da equipe de transição do seu governo.
Pouco se sabe sobre a pauta debatida durante o encontro e, por enquanto, de concreto só há a confirmação de que Elon Musk, CEO da Tesla, e Travis Kalanick, presidente da Uber, vão integrar o conselho consultivo do presidente eleito dos Estados Unidos.
Mesmo assim, tudo indica que as discussões foram infrutíferas e fizeram as tech se distanciarem ainda mais das ideias da administração do magnata do ramo imobiliário.
Isso porque, antes da reunião, Microsoft, Facebook e WordPress se negavam a comentar a medida que visa criar o registro de muçulmanos, dando a entender que poderiam concordar com ela dependendo do que Trump proporia.
As três empresas saíram da conferência falando a quem quisesse ouvir que jamais ajudariam a tornar tal ideia realidade.
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