Polícia isola centro da capital austríaca. Governo afirma que vários homens armados abriram fogo. Um suspeito foi abatido. Chefe de governo condena “hediondo ataque terrorista”.
Um ataque terrorista deixou pelo menos cinco mortos e 15 feridos no centro de Viena na noite desta segunda-feira (02/11). Os disparos foram efetuados em seis pontos diferentes do centro da capital austríaca. Segundo as autoridades, a ação foi executada por vários homens armados com fuzis de assalto. Um suspeito foi abatido pela polícia.
No momento, forças de segurança de Viena estão conduzindo uma grande operação policial no centro da cidade, que foi isolado, para capturar os outros agressores.
O ministro do Interior, Karl Nehammer, afirmou à agência de notícias APA, acreditar que a ação tenha motivação terrorista. No Twitter, o chanceler federal conservador Sebastian Kurz foi mais direto: “Nossa polícia agirá de forma decisiva contra os autores deste hediondo ataque terrorista. Nunca nos permitiremos ser intimidados pelo terrorismo.”
O ataque teve início por volta de 20h (16h em Brasília), na rua Seitenstettengasse. Entre os feridos, está um policial. Imagens do ataque mostram um agente de segurança sendo baleado e um dos agressores carregando um fuzil de assalto.
A polícia da capital austríaca pediu que a população evite todos os locais públicos da cidade e o transporte público. As autoridades ainda apelaram aos usuários de redes sociais para que não divulguem fotos ou vídeos do ataque. Já a vizinha República Tcheca informou que impôs controles na fronteira com a Áustria.
A região que concentra os ataques fica próxima da principal sinagoga de Viena, o que levantou a suspeita de um ataque antissemita. Mas não está claro se o templo, que estava fechado no momento do ataque, era o alvo principal.
Imagens divulgadas por redes austríacas mostram que o ataque parece ter se concentrado contra clientes de restaurantes da rua, que tinham mesas instaladas na calçada. Vários estabelecimentos da região estavam cheios, com clientes aproveitando a última noite antes da imposição de um lockdown por causa da pandemia.
A Áustria, em contraste com países vizinhos, não costuma ser palco de ataques terroristas. Os últimos grandes atentados no país foram registrados na década de 1980, quando terroristas da Organização Abu Nidal, um grupo palestino, atacaram o aeroporto de Viena e uma sinagoga – a mesma que fica na região do ataque desta segunda-feira. Nos anos 1970, a capital austríaca também foi palco de uma célebre ação executada pelo terrorista Carlos, o Chacal, que tomou como reféns 60 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Após o ataque desta segunda-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, que vem enfrentando uma nova onda de atentados conduzidos por extremistas islâmicos no país, afirmou, pelo Twitter, que os franceses “compartilham o choque e a tristeza do povo austríaco, atingido por um ataque esta noite”.
“Depois da França, este é um país amigo que foi atacado. Esta é a nossa Europa. Não vamos ceder”, escreveu ele.
Já o Ministério alemão do Exterior disse na segunda-feira que “não podemos ceder ao ódio que tenta dividir nossas sociedades”. “Mesmo que ainda não possamos prever a extensão do terror, nossos pensamentos estão com os feridos e as vítimas nestas horas difíceis”, publicou no Twitter, classificando os relatos da vizinha Áustria como “horríveis e perturbadores”.