Os autores de “Despacito” não gostaram nenhum pouco de ouvirem sua música sendo utilizada pelo presidente da Venezuela para apelar ao voto nas eleições para a Assembleia Constituinte, que acontecem no próximo domingo (30).
Foi durante um comício que Nicolás Maduro decidiu apresentar aos seus apoiadores a nova versão de “Despacito”, a música de Luis Fonsi e Daddy Yanke que se tornou um verdadeiro sucesso mundial.
Com uma letra que apela ao voto nas eleições para a Assembleia Constituinte, que acontecem neste domingo, a música parece ter agradado o presidente venezuelano e também seus apoiadores, que dançaram e aplaudiram ao som da nova versão.
Quem não gostou foram os autores da música, que utilizaram as redes sociais para mostrar seu descontentamento sobre a situação. “Em várias ocasiões já tive a oportunidade de mostrar meu agrado com as várias versões que saíram de ‘Despacito’ a nível mundial, no entanto, considero que há limites”, escreveu Luis Fonsi no Facebook.
“Em nenhum momento fui consultado nem dei autorização para o uso ou alteração da letra de ‘Despacito’ para fins políticos, muito menos no meio da situação deplorável em que vive um país que gosto tanto como a Venezuela”, acrescentou.
“A minha música é para todos aqueles que queiram escutá-la e desfrutá-la, não para ser usada como propaganda que tenta manipular a vontade de um povo que está pedindo a gritos sua liberdade e um futuro melhor”, conclui o cantor.
Também Daddy Yankee usou sua conta no Instagram para mostrar sua reprovação. “O que pode-se esperar de uma pessoa que tem roubado tantas vidas de jovens sonhadores e de um povo que procura um futuro melhor para seus filhos”, declarou.
“Se apropriar ilegalmente de uma canção não se compara com o crime que comete e está cometendo na Venezuela. É um desrespeito, não só para os meus irmãos venezuelanos, mas para o mundo inteiro com este regime ditatorial”, continuou o artista porto-riquenho.
“Este nefasto plano de propaganda, só evidencia seu ideal fascista, que matou uma centena de heróis e fez mais de dois mil feridos”, acusa o cantor.
Entretanto, a oposição ao regime de Maduro convocou uma greve geral para esta quarta e quinta-feira. Pelo menos cem pessoas morreram nas manifestações desde abril.
// ZAP