As autoridades da Malásia proibiram a reprodução na rádio e televisão pública da música “Despacito”, do porto-riquenho Luis Fonsi, depois que grupos islamitas denunciaram que a letra é obscena, informou a imprensa local nesta quinta-feira (20).
O ministro de Telecomunicações malaio, Salleh Said Keruak, anunciou a decisão ontem à noite após uma reunião do painel de avaliação da estatal Radio Televisyen Malaysia (RTM), que decidiu retirar a permissão de execução da canção.
“A RTM deixará de emitir a canção em todas as suas emissoras de rádio e televisão com efeito imediato”, disse Salleh segundo o jornal The Star.
A medida foi tomada horas depois de o partido islamita Angkatan Wanita Amanah Nasional (Awan) criticar o conteúdo sexual explícito da música e pedir a proibição de sua emissão nos meios de comunicação.
“Despacito” se tornou a música mais reproduzida da história por meio de plataformas de streaming e, junto ao remix do canadense Justin Bieber, atingiu 4,6 bilhões de reproduções, segundo a gravadora Universal.
Não é a primeira vez que as autoridades malaias proíbem um filme ou espetáculo apelando à moralidade pública.
No último mês de março, a Comissão de Censura de Filmes vetou a estreia da última adaptação de A Bela e a Fera pela aparição de um personagem homossexual, ainda que dias depois tenha voltado atrás e permitido sua projeção.
Em 2014, a mesma Comissão impediu a exibição de Noé, de Darren Aronofsky, por considerar que a produção era contrária ao islã.
// EFE