Três mergulhadores do navio de pesquisa norueguês REV Ocean encontraram um saco gigante transparente enquanto visitavam um naufrágio da Segunda Guerra Mundial em Ørstafjorden, a cerca de 200 metros da costa na Noruega.
Ao nadar de volta à costa, a uma profundidade de 17 metros, eles notaram a estranha bolha – uma espécie de saco recheado de ovos de lula.
O vídeo foi compartilhado na plataforma YouTube no dia 6 de outubro. Nele, um dos mergulhadores circula a bolha iluminando-a com uma lanterna.
Enquanto inicialmente parece apenas um saco desajeitado com uma massa escura no centro, mais para o final da filmagem é possível enxergar os verdadeiros e minúsculos ovos de lula que o habitam.
Apesar de não ser uma visão comum, essa não é a primeira vez que mergulhadores se deparam com uma bolha de ovos de lula. Houveram outros registros na própria Noruega, além de Espanha, França e Itália.
Esses sacos são difíceis de estudar, entretanto, uma vez que suas membranas são muito delicadas. Mesmo assim, pesquisadores realizaram análises de DNA em uma dessas bolhas em 2017, confirmando que se tratavam de ovos de lula da espécie Illex coindetii.
A nova esfera observada pelos noruegueses é parecida com um saco de Illex coindetii na aparência, tamanho e localização, de forma que também deve pertencer à espécie. Enquanto parece se comparar a um ser humano no vídeo, esses sacos possuem tipicamente um metro de diâmetro.
“A massa escura é provavelmente tinta da lula fêmea, que a injetou enquanto fazia a esfera”, explicou Halldis Ringvold, pesquisador do Sea Snack Norway e líder do projeto “Huge Spheres”, uma investigação de tais sacos esféricos.
Um ovo de lula Illex coindetii mede cerca de 0,2 centímetros em diâmetro quando o filhote está pronto para nascer.
Fêmeas podem produzir entre 50.000 e 200.000 ovos de uma vez nesses sacos. O processo embrionário leva cerca de 10 a 14 dias em uma temperatura aquática de 15 graus Celsius.
Além dos vídeos e fotos, os pesquisadores estão coletando amostras de tecido da bolha recentemente encontrada, para aprender mais sobre esses animais elusivos.
// HypeScience