Em meio ao avanço da terceira onda da pandemia, o Brasil ultrapassou a Índia e voltou à liderança do número de mortes diárias por covid-19 registradas, em média. São mais de 2.000 óbitos registrados por dia.
É a terceira vez que o Brasil ocupa o topo desse ranking durante a pandemia. Nas duas primeiras, isso durou quase dois meses: do início de junho ao fim de julho de 2020 e do início de março ao fim de abril de 2021.
Na terceira e atual, o país latino-americano voltou à liderança em 20/06, com 2.051 registros de mortes diárias, em média. A Índia registrou naquele dia 1.753 mortes, menos da metade de seu recorde de 4.190 óbitos no fim de maio.
Quando a comparação leva em conta o número de mortes por 1 milhão de habitantes, o Brasil aparece em sétimo lugar, segundo ranking elaborado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido. Está atrás de Paraguai, Suriname, Seychelles, Colômbia, Argentina e Uruguai.
E a situação vem piorando nas últimas semanas. Diversos Estados estão com UTIs lotadas e filas crescentes por vagas, e o número de óbitos tem crescido na maioria dessas localidades, principalmente entre pessoas com menos de 60 anos.
A última vez que o país havia registrado média de mais de 2.000 mortes por dia foi no início de maio, quando a pandemia recuava em território nacional. A tendência de queda começou em abril, quando o país bateu recorde de 3.068 mortes por dia, e durou até a primeira semana de junho. Desde então a pandemia voltou a avançar no país.
Atualmente, mais de 500 mil pessoas morreram da doença no país, atrás apenas dos Estados Unidos, com mais de 600 mil mortes.
Mas a tendência é que o Brasil ultrapasse os EUA nos próximos meses porque o país norte-americano tem conseguido controlar o avanço da pandemia e ampliado a vacinação de sua população.
Especialistas brasileiros apontam, no entanto, que o Brasil está mais perto de se tornar líder no ranking mundial de mortes do que parece.
Análises apontam que em meados de junho o Brasil já pode ter ultrapassado a marca de 600 mil mortes por casos confirmados ou suspeitos de covid-19, 100 mil a mais que os dados do Ministério da Saúde. Essa diferença ocorre por causa da demora para inserir dados das mortes no sistema nacional. A correção desse atraso permite, portanto, “prever o agora” (nowcasting) e ter uma imagem menos distorcida da real situação atual do país.
Ciberia // BBC