Depois do incêndio que atingiu e causou o desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, na região central de São Paulo, uma das tarefas mais árduas é o resgate de possíveis vítimas e corpos presos entre os escombros da construção de 24 andares.
No local desde o surgimento das primeiras labaredas, o Corpo de Bombeiros da capital paulista vem se desdobrando para concluir a operação de busca das vítimas e para isso conta com uma ajuda fundamental, a dos cães farejadores.
Diversas vezes responsáveis por salvamentos miraculosos, estes animais são capacitados para realizar uma missão quase perfeita. No caso do prédio que servia de abrigo para famílias sem-teto no Largo do Paiçandu, cinco cães farejadores auxiliam os bombeiros nas buscas por desaparecidos. São eles Vasty, Sarah, Wiki e outros dois animais.
Visando um proveito total das características dos cães, o serviço de adestramento dos bombeiros leva em conta o que cada raça pode oferecer em determinada situação. Num ambiente de altas temperaturas, muita poeira e baixa umidade, componentes da tragédia paulistana, a equipe conta com três pastores belgas e dois labradores retriever.
Sete dias após o prédio ruir são duas as surpresas: a primeira é Vasty, que acompanhada de seu adestrador foi responsável por encontrar o corpo de Ricardo de Oliveira Galvão Pinheiro, que por questão de segundos não foi resgatado.
Sob orientação do Cabo Fabrício Assumpção, a cadela ergueu as orelhas, farejou e conseguiu apontar com precisão o local onde se encontravam os restos mortais de Ricardo. Outra participação fundamental e surpreendente é de Wiki, que aos noves meses cumpre sua primeira operação real e se mostrou bastante eficiente.
“Às vezes a pessoa está do seu lado te chamando e você não ouve. Você fica focado no cão porque, se você perder um detalhe, pode perder a ocorrência”, explicou à Folha de São Paulo o sargento dos bombeiros Ricardo Oliveira dos Santos.
A conhecida eficácia dos animais é consequência não só de anos de treinamento, mas sobretudo de uma relação de afeto entre cão e treinador. Para se ter ideia dos laços, após anos de trabalho, a maioria dos profissionais adota o cão que se aposenta aos 8 anos de idade.
Até o momento, em São Paulo, um corpo e os restos mortais de outro foram encontrados em uma lista que por enquanto conta com oito desparecidos.
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