Camelos são apontados como possível vetor da próxima pandemia

A falta de práticas preventivas nas diversas frentes que determinam a gravidade da atual pandemia revela-se hoje como um agravante fundamental para se compreender a terrível realidade atual imposta pela Covid-19.

Enquanto ainda tentamos começar a realmente resolver o problema da pandemia do novo coronavírus, por isso é tão importante o trabalho de cientistas que hoje trabalham para antever o quadro que pode nos levar à próxima pandemia: e um dos maiores temores de tais especialistas é o camelo, animal criado aos milhões entre seres humanos em regiões da África, Ásia e Oriente Médio, e que carrega um outro coronavírus que até aqui se mostrou 10 vezes mais letal que a Covid-19.

Estima-se que 75% das doenças que podem provocar uma pandemia tem sua origem em animais, e mais de 1,2 mil novas doenças do tipo já foram identificadas – o quadro, porém, é abismal: pesquisas sugerem que existem 700 mil doenças desconhecidas.

É nesse cenário que o camelo se impõe como especial ameaça, por conta da imensa quantidade de animais que convivem diretamente com populações humanas, e também por seu próprio comportamento: o temperamento arredio da espécie dificulta as pesquisas científicas e expõe ainda mais as pessoas ao redor – segundo pesquisadores, o camelo tem por hábito agredir, cuspir e urinar em quem tenta, por exemplo, coletar material com uma agulha.

O medo dos cientistas se refere ao Mers, a tal variante especialmente letal do coronavírus, que foi descoberta na Arábia Saudita em 2012 e que até 2016 havia registrou mais de 1.700 casos e mais de 600 mortes na região.

O quadro se torna ainda mais ameaçador diante das secas cada vez mais frequentes por lá, que obrigam os pastores a trocarem as vacas por camelos, únicos animais capazes de sobreviver sem água por semanas a fio – ampliando ainda mais o perigoso convívio.

E como prevenir é mais eficaz do que buscar a vacina ou a cura, como tão bem vem nos ensinando a pandemia atual, agora cientistas vem trabalhando para tentar evitar que a Mers se espalhe entre os seres humanos da região.

Só no Quênia, por exemplo, residem mais de 3 milhões de camelos, cerca de 10% da população da espécie de todo o mundo, e na cidade de Marsabit os mais de 224 mil animais praticamente superam a população humana no local. Para piorar o quadro, na cidade existem somente cinco médicos para toda a cidade, em uma média de um médico para cada 64 mil pessoas, muito abaixo do recomendado pela OMS.

Os camelos são usados como transporte e moeda de troca, mas também fornecem leite e carne para a população local.

COMPARTILHAR

DEIXE UM COMENTÁRIO:

Como é feito o café descafeinado? A bebida é realmente livre de cafeína?

O café é uma das bebidas mais populares do mundo, e seus altos níveis de cafeína estão entre os principais motivos. É um estimulante natural e muito popular que dá energia. No entanto, algumas pessoas preferem …

“Carros elétricos não são a solução para a transição energética”, diz pesquisador

Peter Norton, autor do livro “Autonorama”, questiona marketing das montadoras e a idealização da tecnologia. Em viagem ao Brasil para o lançamento de seu livro “Autonorama: uma história sobre carros inteligentes, ilusões tecnológicas e outras trapaças …

Método baseado em imagens de satélite se mostra eficaz no mapeamento de áreas agrícolas

Modelo criado no Inpe usa dados da missão Sentinel-2 – par de satélites lançado pela Agência Espacial Europeia para o monitoramento da vegetação, solos e áreas costeiras. Resultados da pesquisa podem subsidiar políticas agroambientais Usadas frequentemente …

Como o Brasil ajudou a criar o Estado de Israel

Ao presidir sessão da Assembleia Geral da ONU que culminou no acordo pela partilha da Palestina em dois Estados, Oswaldo Aranha precisou usar experiência política para aprovar resolução. O Brasil teve um importante papel no episódio …

O que são os 'círculos de fadas', formações em zonas áridas que ainda intrigam cientistas

Os membros da tribo himba, da Namíbia, contam há várias gerações que a forte respiração de um dragão deixou marcas sobre a terra. São marcas semicirculares, onde a vegetação nunca mais cresceu. Ficou apenas a terra …

Mosquitos modificados podem reduzir casos de dengue

Mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia podem estar associados a uma queda de 97% nas infecções de dengue em três cidade do vale de Aburra, na Colômbia, segundo o resultado de um estudo realizado pelo …

Chile, passado e presente, ainda deve às vítimas de violações de direitos humanos

50 anos após a ditadura chilena, ainda há questões de direitos humanos pendentes. No último 11 de setembro, durante a véspera do 50° aniversário do golpe de estado contra o presidente socialista Salvador Allende, milhares de …

Astrônomos da NASA revelam caraterísticas curiosas de sistema de exoplanetas

Os dados da missão do telescópio espacial Kepler continuam desvendando mistérios espaciais, com sete exoplanetas de um sistema estelar tendo órbitas diferentes dos que giram em torno do Sol. Cientistas identificaram sete planetas, todos eles suportando …

Em tempos de guerra, como lidar com o luto coletivo

As dores das guerras e de tantas tragédias chegam pelas TV, pelas janelinhas dos celulares, pela conversa do grupo, pelos gritos ou pelo silêncio diante do que é difícil assimilar e traduzir. Complicado de falar …

Pesquisa do Google pode resolver problemas complexos de matemática

O Google anunciou uma série de novidades para melhorar o uso educativo da busca por estudantes e professores. A ferramenta de pesquisa agora tem recursos nativos para resolver problemas mais complexos de matemática e física, inclusive …