Na série de medidas e retaliações em torno da tentativa de assassinato de ex-espião russo, centenas de diplomatas devem ser mandados para casa.
O governo russo endurece suas sanções diplomáticas contra o Reino Unido: a embaixada britânica em Moscou terá que reduzir seu pessoal em mais de 50 funcionários, comunicou neste sábado (31/03) o Ministério russo do Exterior.
Segundo a porta-voz Maria Sakhrova, a medida visa que as despensas sejam reciprocamente equiparadas, e no momento “o lado britânico tem mais de 50 pessoas a mais”.
Os funcionários excedentes terão um mês para deixar a Rússia. Londres é quem decide quais representantes de seu serviço diplomático ou técnico vai retirar. Pouco antes, Moscou declarara 23 britânicos personae non gratae em seu território.
Em 14 de março, o Reino Unido anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos. Desde então, a manobra diplomática foi seguida nos últimos dias por diversos países e pela Otan, afetando mais de 150 membros de representações diplomáticas da Rússia em dezenas de países.
Na última sexta-feira, o Ministério do Exterior da Rússia chamou os embaixadores de 23 países para anunciar que receberiam retaliação idêntica à decretada por seus governos.
A crise diplomática em torno do envenenamento do ex-espião Sergei Skripal e de sua filha Yulia, já acarretou ao todo a ordem de expulsão para cerca de 300 diplomatas, segundo cálculos da agência de notícias francesa AFP.
Esta é considerada a maior onda de expulsões diplomáticas da história.
Só nos Estados Unidos, 60 funcionários russos terão de abandonar o país, anunciou a Casa Branca, na “maior expulsão” do gênero, segundo um alto funcionário do governo Donald Trump.
O consulado russo em Seattle também será fechado. Em resposta, a Rússia declarou 60 diplomatas e funcionários americanos personae non gratae e fechou o consulado dos EUA em São Petersburgo.
Na União Europeia, 18 países seguiram os procedimentos de Londres: Alemanha, França, Polônia, com quatro expulsões, cada uma; Lituânia, República Tcheca, com três; Dinamarca, Espanha, Holanda, Itália, com duas; Bélgica, Croácia, Estônia, Finlândia, Hungria, Letônia, Romênia, Suécia, com uma expulsão, respectivamente.
Portugal foi um dos países que, juntamente com a Bulgária, Eslováquia, Luxemburgo e Malta, chamaram embaixadores para conversações, mas não expulsaram diplomatas russos.
“A resposta internacional extraordinária dos nossos aliados é a maior expulsão coletiva de agentes dos serviços de informações russos da história e vai contribuir para defender a nossa segurança comum”, escreveu Boris Johnson, ministro das Relações Exteriores britânico, no Twitter.
Ciberia // Deutsche Welle