Yulia Skripal / Facebook

Yulia Skripal, filha do ex-espião russo envenenado
A filha do ex-espião russo, que acordou na semana passada, quebrou o silêncio. Yulia pede respeito pela sua privacidade neste momento de recuperação e diz que está cada vez mais forte.
Yulia Skripal, a filha do ex-espião russo Sergei Skripal, fez a primeira declaração desde que foi vítima do envenenamento com uma substância neurotóxica, no dia 4 de março, que a deixou em estado crítico. Os dois foram encontrados desmaiados num banco em Salisbury, no Reino Unido.
A russa de 33 anos, que acordou na semana passada, diz que foi alvo de um incidente “desconcertante”, mas que sua “força aumenta dia após dia” e pede respeito à sua privacidade neste momento de recuperação.
“Tenho que agradecer a muitas pessoas a minha recuperação e gostaria de mencionar especialmente o povo de Salisbury que me socorreu e me ajudou quando eu e meu pai estávamos incapacitados”, cita o RT. Yulia agradeceu ainda à “equipe do Hospital Distrital de Salisbury pelo cuidado e profissionalismo”.
O comunicado foi publicado pela polícia britânica e não contém nenhuma informação sobre o estado de saúde de seu pai. Segundo o Diário de Notícias, a declaração surge horas depois de a televisão pública russa difundir um registro de áudio de uma suposta conversa telefônica entre Yulia e uma prima, à qual supostamente diz que “a saúde de todos está normal, não existe nada de irreversível” e garante que “tudo vai correr bem”.
O ataque gerou uma crise diplomática entre a Rússia e o Reino Unido, depois de o governo britânico ter acusado os russos de estarem envolvidos na tentativa de homicídio e ter anunciado a expulsão de diplomatas russos. A posição foi tomada também pelos EUA e por outros países europeus.
Rússia acusa serviços secretos estrangeiros
Vassily Nebenzia, embaixador da Rússia na ONU, disse nesta quinta-feira (5), numa reunião convocada pela Rússia, que “tudo confirma que essa é uma campanha coordenada e muito bem planejada”, com o objetivo de “desacreditar e até deslegitimar a Rússia”.
Embora não tenha especificado, o embaixador afirmou que Moscou assume, “com alto grau de probabilidade”, que os serviços de inteligência de outros países estejam por trás do envenenamento do ex-espião russo e de sua filha, na Grã-Bretanha, com o grande objetivo de usar “uma arma horrível e desumana e de esconder o arsenal dessa substância”.
Segundo o Jornal de Notícias, Nebenzia defendeu que a situação coloca em causa o papel da Rússia tanto na procura de uma solução para a Síria, “como em qualquer outro lugar”.
Além disso, o embaixador Vassily Nebenzia afirmou que a Grã-Bretanha é obrigada a permitir que a Rússia participe na investigação do ataque.
Ciberia // ZAP