Imagine esperar uma hora na fila de um supermercado para, quando chegar sua vez, descobrir que não pode efetuar o pagamento com cartão, pois o caixa só aceita dinheiro. Situação complicada, não?
Pior ainda quando não há nenhum tipo de sinalização. Agora, depois de tudo isso você ainda é ofendido pelas duas caixas, que te chamam de “intrometido”, de que “pegou a fila porque quis” e de “bicha”. O que você faria?
Um rapaz de Minas Gerais passou por esta situação e não deixou barato. Ofendido, registrou Boletim de Ocorrência e entrou com processo contra a loja do Carrefour no bairro de Anchieta, em Belo Horizonte. Resultado, o jovem vai receber indenização por danos morais no valor de R$ 30 mil, que deve ser paga pela rede de supermercados.
A decisão foi tomada pela 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que por meio do voto do desembargador Luiz Artur Hilário, chamou a atenção para a importância de se lutar contra a homofobia, além de sublinhar as responsabilidades do Carrefour diante dos atos de suas funcionárias.
“A sociedade brasileira como um todo precisa amadurecer, e muito, no respeito para com as diferenças de cada um, cumprindo ao próprio Estado reprimir toda e qualquer forma de preconceito e inferiorização das ditas minorias. Especialmente considerando os estudos apontados, que mostram resultados assustadores acerca da homofobia no Brasil: sete em cada dez homossexuais brasileiros já sofreram algum tipo de agressão, seja física ou verbal. Cresce violência contra pessoas LGBT; a cada 25 horas, uma é assassinada no País”, finalizou.
Procurado pela reportagem de O Globo, o Carrefour declarou estar aguardando a notificação formal e “reforça, porém, que repudia veemente qualquer tipo de discriminação e que tem como um dos seus principais pilares a valorização da diversidade junto a colaboradores, parceiros e a sociedade”.
Segundo o Hypeness, a atitude homofóbica ressalta a necessidade de um envolvimento maior das empresas em treinamentos e noções de diversidade.
Nos Estados Unidos, recentemente uma filiada ao Starbucks reproduziu uma situação envolvendo racismo, o que levou o CEO da empresa a anunciar o fechamento de todas as mil lojas no país por uma tarde para a requalificação dos funcionários.
Ciberia // Hypeness