A China lançou, nesta segunda-feira (21), um satélite de retransmissão para assegurar a comunicação com a sonda lunar Chang’e-4, que será lançada em breve, para explorar o lado oculto da Lua.
O satélite Queqiao foi transportado por um foguete Longa Marcha-4C, a partir do centro de lançamento de satélites Xichang, no sudoeste da China, informou a agência oficial de notícias Xinhua, que cita a Administração Nacional Espacial da China.
“O lançamento é um passo chave para que a China atinja o objetivo de ser o primeiro país a enviar uma sonda para pousar no lado mais longínquo da Lua“, afirmou Zhang Lihua, responsável pelo lançamento.
25 minutos após o lançamento, o satélite se separou do foguete e entrou em órbita.
Cientistas e engenheiros chineses esperam que o Queqiao sirva para os controladores se comunicarem com a Chang’e-4, sonda que, no final do ano, deverá pousar no lado da Lua não visível da Terra. A sonda irá pousar na bacia do polo sul lunar chamada Aitken.
“Desenhamos uma órbita ao redor do ponto Terra – Lua L2, a partir de onde o satélite transmissor poderá ‘ver’ tanto a Terra como o outro lado da Lua”, afirmou Bao Weimin, diretor da Comissão de Ciência e Tecnologia do Espaço Aéreo da China, citado pela Xinhua.
Está previsto que o satélite, que pesa cerca de 400 quilos, opere durante os próximos três anos.
Além de um conjunto avançado de instrumentos para estudar a superfície lunar, o módulo de pouso também vai carregar um recipiente cheio de sementes e insetos. O designer Zhang Yuanxun explicou ao China Daily que a “embalagem irá enviar batatas, sementes de arabdopsis – uma flor da Ásia e da Europa – e ovos de bicho-da-seda”.
“Os ovos também vão chocar bichos-da-seda capazes de produzir dióxido de carbono, enquanto que as batatas e sementes emitem oxigênio através da fotossíntese. Juntos, conseguem formar um ecossistema simples na Lua”, explicou no início do ano.
Graças à descoberta de água no estado líquido, a comunidade de exploração espacial definiu que aquele seria o melhor local para estabelecer uma base lunar. Sobre isso, a Chang’E 4 investiga a possibilidade de os humanos viverem e trabalharem na Lua.
Em 2013, a China conseguiu pousar uma sonda espacial na Lua, pela primeira vez, em uma proeza só realizada até então pela Rússia e pelos EUA. Até agora, o país realizou cinco missões tripuladas, a primeira em 2003 e a mais recente em 2013, enviando para o espaço dez astronautas (oito homens e duas mulheres).
O país prevê iniciar, em 2019, a construção de uma estação espacial, que deverá estar concluída em 2022, e contará com a presença permanente de tripulantes.
Ciberia, Lusa // ZAP