A Rússia contra-ataca e ameaça expulsar diplomatas e apreender bens dos EUA, caso a administração de Donald Trump mantenha as sanções definidas durante o mandato de Obama. O presidente dos EUA fica assim em um beco sem saída, ou cede e dá ares de “marionete”, ou resiste e falha a estratégia de boa relação com a Rússia.
A ameaça provém de fontes do gabinete russo do Ministério dos Negócios Estrangeiros citadas pela mídia do país, avança a BBC. Em Dezembro de 2016, ainda com Barack Obama na Casa Branca, os EUA expulsaram 35 diplomatas russos e fecharam duas agências de inteligência russas, em Nova York e em Maryland, aplicando sanções a várias entidades do país da Europa de Leste.
Foi a resposta norte-americana à suposta intromissão da Rússia nas eleições que levaram Donald Trump a derrotar Hillary Clinton. Nessa época, a Rússia estava já sob medidas sancionatórias da União Europeia por causa do conflito com a Ucrânia.
Agora, o presidente da Rússia pressiona Donald Trump a remover essas sanções. Vladimir Putin teria abordado o assunto nas conversas que manteve com o presidente dos EUA durante a reunião do G20, no passado dia 7 de julho, em Hamburgo, na Alemanha, nota a BBC.
O Kremlin já negou qualquer interferência nas eleições norte-americanas e Putin espera agora que Trump retire as sanções em um sinal de que está de fato empenhado em estabelecer uma boa relação com a Rússia.
Mas qualquer concessão feita aos russos por Trump, neste momento, seria interpretada como uma prova de que é uma “marionete” do Kremlin, lembra a BBC, notando que a investigação em torno da influência da Rússia nas eleições continua.
Ainda nesta segunda-feira (10) foi notícia que o filho de Trump se encontrou com uma advogada russa para obter informações “prejudiciais” sobre Hillary Clinton, durante a campanha eleitoral.
Mas se Trump não ceder, Putin promete azedar a relação Rússia-EUA e o presidente norte-americano já manifestou como estratégia a manutenção de uma boa relação entre os dois países.
As pressões russas para que as sanções sejam retiradas surgem nas vésperas do encontro entre o ministro dos Negócios Estrangeiros do país, Sergei Ryabkov, e o sub-Secretário de Estado dos EUA, Thomas Shannon, que vai se realizar em São Petersburgo, no final deste mês de julho.
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