Cientistas da Universidade Nacional da Austrália criaram um hidrogel que funciona como a pele de verdade, com a mesma força e durabilidade.
“Com a química especial que desenvolvemos no hidrogel, ele pode se reparar após ser danificado como a pele humana pode. Os hidrogéis geralmente são fracos, mas nosso material é tão forte que pode facilmente levantar objetos muito pesados e mudar de forma como os músculos humanos”, explicou o químico Luke Connal, um dos autores do estudo.
Outros hidrogéis já foram criados no passado, mas não contendo todas as propriedades – e a eficiência – deste novo material. De acordo com os pesquisadores australianos, este é o primeiro hidrogel dinâmico forte, resistente, autocurativo e capaz de trocar de formas e “lembrá-las” depois.
Os cientistas testaram o material de várias formas. Eles fizeram filmes extremamente finos de “pele artificial” sem qualquer ruptura. Quando esses filmes foram aquecidos ou resfriados, mudaram para diferentes formas em dez segundos, mais tarde retornando ao seu estado original junto com a temperatura.
Outros materiais podiam fazer isso, mas demoravam dez minutos.
O que torna esse hidrogel tão eficaz são suas ligações dinâmicas de hidrogênio e imina (carbono-nitrogênio), que trabalham juntas para formar “propriedades sem precedentes”.
Ligações dinâmicas têm uma boa resposta a estímulos, de forma que são ideais para materiais adaptáveis e autocurativos. A imina, em particular, tem uma cinética de reação rápida que pode permitir uma autocura rápida.
Além disso, outros polímeros podem eventualmente ser adicionados à mistura molecular do hidrogel, para que mais funções sejam alcançadas.
Ter uma matéria-prima tão flexível pode ser essencial para futuros desenvolvimentos em robótica e dispositivos médicos.
“Prevemos que os pesquisadores que trabalham com a próxima geração de robôs flexíveis estarão interessados e empolgados com nossa nova maneira de produzir hidrogéis”, disseram os cientistas australianos. O próximo passo da equipe é transformar o hidrogel em uma tinta imprimível em 3D.
Um artigo sobre o estudo foi publicado na revista científica Advanced Materials.
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