Clima agrava incêndios na Austrália

(h) Reuters

Várias cidades no sudeste da Austrália temem condições ainda mais catastróficas neste fim de semana, com o agravamento dos incêndios florestais devido à piora das condições climáticas, enquanto as autoridades reforçam os pedidos para que a população deixe a região.

Foi declarado estado de emergência numa região densamente povoada no sudeste australiano, e mais de 100 mil habitantes em três estados receberam ordens de evacuação. “Ainda há uma brecha para que as pessoas saiam”, disse a governadora de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian. “Se você não precisa estar na área, então precisa sair.”

Centenas de milhares de turistas terminaram mais cedo suas férias de verão em uma popular faixa de 300 quilômetros ao longo da costa, gerando grandes congestionamentos nas estradas para Sidney e Canberra. O secretário de Transportes de Nova Gales do Sul disse tratar-se da maior evacuação já registrada na região.

Na cidade litorânea de Mallacoota, em torno de 4 mil moradores e turistas se abrigam na praia desde a virada do ano para se proteger das chamas. Dois navios da Marinha australiana resgataram mais de mil pessoas do local. Segeundo o comandante de uma das embarcações, 963 foram evacuadas por mar, e outras por via aérea.

O Serviço de Meteorologia alertou que as condições devem ser iguais ou piores do que as registradas durante a noite de Ano Novo. “Ventos fortes e secos vindos do oeste farão os fogos se intensificarem mais uma vez, ameaçando comunidades que já vivenciaram ampla devastação”, alertou o meteorologista Jonathan How. A situação deve piorar também em razão das temperaturas altas, devendo ultrapassar os 40º em alguns locais.

As autoridades elevaram o risco de perigo com os incêndios de “muito alto” para “extremo” na maioria dos distritos do estado, assim como ocorre em Nova Gales do Sul e Victoria.

Situação de catástrofe

O governador de Victoria, Daniel Andrews, declarou situação de catástrofe na maior parte do território, levando o governo a ordenar evacuações numa área com 140 mil habitantes e dezenas de milhares de turistas. “Se você pode sair, então deve sair”, instou.

No estado de Austrália do Sul, as autoridades também se preocupam com as condições meteorológicas. “As fontes de deflagração já estão aí”, disse o chefe do Serviço de Combate ao Fogo, Mark Jones. “Há milhões de faíscas prontas para eclodir, se passarem pelas linhas de contenção.”

As autoridades do estado elevaram o risco de perigo com os incêndios na maioria dos distritos de “muito alto” para “extremo“, assim como ocorre em Nova Gales do Sul e Victoria. Nos dois estados, foram confirmadas dez mortes nos últimos dias, e há 28 desaparecidos, apenas em Victoria.

Incêndios também ocorrem no oeste e sul da Austrália e na Tasmânia.

Os incêndios florestais, deflagrados em setembro, são os piores já registrados no país. Em torno de 5 milhões de hectares foram consumidos pelas chamas; pelo menos 19 pessoas morreram, e mais de 1.400 casas foram destruídas, 448 apenas na semana corrente em Nova Gales do Sul.

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