Astrofísicos usaram os radiotelescópios mais potentes do mundo para “observar” um feixe de matéria que apareceu após a colisão de duas estrelas de nêutrons. Sua velocidade era quase equivalente à da luz.
Os cientistas começaram a monitorar os restos das estrelas de nêutrons após cerca de sete meses desde a colisão. Para cumprir sua tarefa eles usaram uma rede formada por 32 radiotelescópios.
As observações mostraram que a fonte de ondas de rádio é extremamente pequena, o que significa uma ejeção de matéria muito rápida e limitada, segundo explicam os autores do estudo, publicado na revista Science na quinta-feira (21).
Foi em agosto de 2017 que as ondas gravitacionais causadas pela fusão das estrelas atingiram os observatórios LIGO (EUA) e Virgo (Europa). Foi a primeira vez que os cientistas detectaram uma colisão de duas estrelas de nêutrons.
A equipe de pesquisadores, liderada por Giancarlo Ghirlanda e seus colegas do Instituto Nacional de Astrofísica (INAF) na Itália, demonstrou a existência de um raio que emite tanta energia como toda a produzida por todas as estrelas da nossa galáxia durante um ano inteiro.
Ao analisar todos os dados disponíveis, os especialistas chegaram à conclusão que, se houvesse algum planeta habitado em torno da área do fenômeno, ele seria perigoso para a vida. Assim, os astrônomos concluíram que a fusão de duas estrelas de nêutrons é capaz de produzir um jato de matéria e energia.
“É muito provável que isto tenha surgido a partir do buraco negro formado pela fusão das duas estrelas de nêutrons. Este jato tem energia suficiente para penetrar através de material espalhado pelas duas estrelas de nêutrons durante a dança que as levou à fusão”, acrescentou Giancarlo Ghirlanda, citado pelo ABC.
Estudos anteriores faziam supor que o fenômeno espacial produzia uma espécie de bolha que se expandia em todas as direções, ou um jato relativista que se expandia a uma velocidade enorme. A recente observação esclareceu o problema e demonstrou a veracidade da segunda hipótese.
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