Uma intoxicação alimentar fez dois mortos e cerca de 750 vítimas em um campo para refugiados perto de Mossul, no Iraque, anunciou nesta terça-feira (13) o ministro da Saúde iraquiano, em mais um desenvolvimento da crise diplomática no Oriente Médio.
Uma mulher e uma jovem morreram e pelo menos mais 200 tiveram que ser levadas das tendas no deserto para hospitais na cidade de Irbil, no Iraque, depois de terem comido a ‘iftar’, uma refeição que interrompe o período de jejum levado a cabo pelos muçulmanos entre o amanhecer e o pôr do Sol.
Um deputado iraquiano e a estação televisiva nacional da Arábia Saudita acusaram uma instituição de caridade do Catar de ser a responsável pela entrega da comida estragada, mas as alegações ainda precisam de confirmação e os responsáveis cataris não comentaram a situação até o momento.
O ministro da Saúde do Iraque, Adila Hamoud, disse à Associated Press que 752 pessoas ficaram doentes depois de comerem a refeição na noite anterior, no campo Hassan Sham U2, cerca de 20 quilômetros a leste de Mossul.
Segundo as informações que chegam às agências de notícias internacionais, a comida, que incluía arroz, molho de feijão, carne, iogurtes e água, foi preparada em um restaurante de Irbil por uma ONG local, a Ain el Muhtajeen, vinda de uma doação da instituição de caridade do Catar conhecida como RAF.
No Twitter, a estação televisiva estatal da Arábia Saudita acusou a RAF de dar comida estragada e divulgou imagens das crianças no campo que foram “envenenadas pela organização terrorista catari RAF”.
Desde que a crise diplomática escalou para um bloqueio ao Catar, os meios de comunicação social da maior parte dos países do Golfo Pérsico têm divulgado uma série de reportagens altamente críticas para com as autoridades do Catar, muitas vezes fazendo acusações não sustentadas por provas ou documentos.
O Golfo está mergulhado em uma grave crise diplomática, desde 5 de junho, que começou quando a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Barein, países vizinhos ao Catar, mas também o Egito e o Iêmen, romperam relações diplomáticas com Doha – acusada de apoiar o terrorismo.
Os três países do Golfo também fecharam suas fronteiras terrestres e marítimas com o pequeno emirado e impuseram sérias restrições à companhia aérea nacional.
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