A confiança dos brasileiro nas instituições públicas sofreu uma queda generalizada desde julho de 2019, com a maior piora ocorrendo na avaliação da Presidência da República, segundo pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (25/09).
Também houve aumento da desconfiança em relação à imprensa, às grandes empresas brasileiras e às redes sociais.
A Presidência da República, hoje exercida por Jair Bolsonaro, sofria a desconfiança de 31% da população em julho de 2019, quando ocorreu o último levantamento do Datafolha sobre o tema. Agora, 50% responderam que não confiam nessa instituição, alta de 19 pontos percentuais.
Os que confiam muito na Presidência eram 28% na pesquisa anterior e hoje são 16%, e os que confiam pouco passaram de 40% para 33%.
A pesquisa foi realizada em 13 a 15 de setembro e ouviu presencialmente 3.667 pessoas em 190 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
As Forças Armadas, que tradicionalmente são a instituição com o maior grau de confiança da população e têm grande identidade com o governo Bolsonaro, com generais da ativa e da reserva em cargos de alto escalão, também sofreu queda na confiança, mas pequena.
Em julho 2019, 19% não confiavam nas Forças Armadas, e agora o percentual é de 22%. A fatia dos que confiam muito nos militares caiu de 42% para 37%, e a dos que confiam pouco oscilou de 38% para 39%.
O Congresso Nacional também viu a desconfiança da população crescer contra si, de 45% para 49%. O percentual dos que confiam muito no Congresso caiu de 7% para 4%, e os de que confiam pouco manteve-se estável em 46%.
O maior grau de desconfiança se dá com os partidos políticos: 61% dos respondentes não confiam neles, alta de três pontos percentuais comparado ao levantamento anterior. Apenas 3% confiam muito nos partidos, contra 4% da última pesquisa, e 35% responderam que confiam pouco, queda de um ponto percentual.
Sistema de Justiça também sofre desgaste
As diferentes instituições que formam o sistema de Justiça também enfrentaram queda da confiança nesse período.
A desconfiança no Supremo Tribunal Federal, alvo de constantes ataques de Bolsonaro e de seu entorno, cresceu de 33% para 38%. A parcela dos que confiam muito na Corte caiu de 17% para 15%, os do que confiam pouco de 47% para 44%.
O Poder Judiciário como um todo sofria da desconfiança de 26% na pesquisa anterior, e agora pontua 31% nesse quesito. Os que desconfiam do Ministério Público eram 23% na pesquisa anteriores, e hoje são 30%, alta de sete pontos percentuais.
Imprensa, redes sociais e grandes empresas
A parcela dos que não confiam na imprensa também teve leve alta, de 30% para 32% Já os que confiam muito na imprensa caíram de 21% para 18%, e os que confiam pouco mantiveram-se estáveis em 48%.
A pesquisa perguntou ainda como os brasileiros avaliam as redes sociais, e 53% responderam que não confiam nelas, alta de sete pontos percentuais comparado com julho de 2019. Os que confiam muito nas redes sociais são 6%, queda de três pontos percentuais, e os que confiam pouco são 40%, dois pontos percentuais a menos do que a pesquisa anterior.
As grandes empresas brasileiras também perderam parte da confiança da população. Em julho de 2019, 24% desconfiavam nela, e hoje são 29%. A parcela dos que confiam muito nas grandes empresas caiu de 22% para 17%, e a dos de que confiam pouco de 53% para 51%.
Ciberia // DW