Enquanto boa parte do mundo registra números cada vez mais altos de contaminações pela Covid-19 e muitos países são obrigados e instaurar um novo lockdown devido à aceleração do surto, Cuba aparece como uma exceção.
O país é elogiado por sua boa gestão da pandemia e reabre aos poucos suas portas ao turismo. O balanço positivo de Havana, que chegou a ser contestado, foi confirmado esta semana por organismos independentes.
Entre os 12 países do mundo mais atingidos pela pandemia, seis estão no continente americano. Segundo os balanços oficiais, a América Latina já reúne 31% dos mortos ligados à Covid-19.
Mas nesse panorama, Cuba aparece como uma exceção. Com 11,2 milhões de habitantes, a ilha comunista teve 7.639 casos de coronavírus e 131 mortos. Números bem inferiores aos registrados nos países vizinhos.
“Muitas mídias e governos europeus consideram que os dados cubanos são tão positivos que eles só poderiam ser falsos”, declarou Franco Cavalli, presidente da ONG Medicuba Europa, fazendo alusão aos rumores sobre a veracidade das estatísticas divulgadas por Havana. Mas o representante da organização suíça visitou a ilha e confirmou os números.
“Eu estou muito impressionado pois pude ver como Cuba alcançou esses resultados”, explica Cavalli. “Aqui todas as pessoas contaminadas são hospitalizadas e todos aqueles com quem elas estiveram em contato são acompanhadas pelos serviços sanitários. A realidade europeia é muito diferente”, compara.
Diariamente, o ministério da Saúde também atualiza os números da Covid-19 na televisão e indica a localização de cada foco de contaminação.
Reabertura para o turismo
Diante da situação, as autoridades já apresentam o país como uma zona segura para o turismo e se reabrem aos poucos para o resto do mundo.
Nesse fim de semana, o aeroporto de Havana, fechado desde 24 de março, voltou a receber voos comerciais. Cinco outros aeroportos internacionais do país já haviam sido reabertos em 17 de outubro para relançar a temporada turística, devastada pela pandemia.
O protocolo sanitário prevê que cada viajante, cuja temperatura é medida no aeroporto, deve realizar um teste PCR ao entrar no país e, em seguida, limitar seus movimentos até receber o resultado do exame, que leva 24 horas.
Cinco dias depois, a pessoa deve ser submetida a um segundo teste.
// RFI