A possibilidade de Rodrigo Maia assumir a Presidência da República, caso Michel Temer seja afastado do cargo, é o principal atrativo do DEM para parlamentares insatisfeitos com suas legendas. O DEM tem hoje 31 deputados – calcula poder chegar a 50, se tornar a terceira maior bancada na Câmara e fixar uma imagem de partido de centro, reformista e liberal do ponto de vista econômico.
Parte daí o mal-estar entre Temer e Maia que o presidente tenta reverter nesta terça-feira (25) em um jantar com o presidente da Câmara. Os dois, no entanto, sabem que, na perspectiva de ocupar o gabinete no terceiro andar do Palácio do Planalto, só passa um. Se Temer se firmar, não há espaço para Maia; e se Maia chegar lá é porque Temer foi afastado.
O desafio de Maia, entretanto, é o de continuar na condição de sucessor natural de Temer sem passar a ideia de que está conspirando contra o presidente da República.
Enquanto isso, deputados do DEM estão entusiasmados com a perspectiva do partido de ampliar sua bancada depois de um período em que minguou, viu a bancada ser reduzida a 21 deputados, chegou a discutir fusão com o PSDB, mas está se recuperando e atualmente tem 31 parlamentares na Câmara.
Agora, o DEM avalia que a perspectiva de Maia assumir a Presidência da República, a presença de Mendonça Filho no Ministério da Educação e o desempenho do prefeito de Salvador, ACM Neto, tornam o partido atrativo e com a possibilidade de ter uma marca de renovação.
Além disso, é considerado importante ativo do partido o fato de não ter seus mais importantes quadros citados na operação Lava Jato, como acontece com PT, PSDB e PMDB. O partido está na oposição há 13 anos e já expulsou o então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, e o ex-senador Demóstenes Torres, acusados de corrupção.
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