Centenas de sepulturas anónimas de crianças foram descobertas numa escola do Canadá, menos de um mês depois de terem sido encontradas mais de 200 crianças perto de uma instalação semelhante.
No Canadá foram descobertas esta quinta-feira sepulturas anónimas de mais de 750 crianças durante escavações num antigo colégio interno para indígenas administrado pela Igreja Católica.
Segundo os líderes comunitários e a Federação de Nações Indígenas Soberanas de Saskatchéuan, os túmulos foram encontrados perto do antigo internato de Marieval, na província de Saskatcheuan, oeste do país.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, já se pronunciou sobre a notícia e defendeu que esta é uma “lembrança vergonhosa do racismo, discriminação e injustiça sistémica que os povos indígenas enfrentaram e continuam a enfrentar”.
Para além disso, referiu que o Canadá deveria “aprender com passado e seguir em frente no caminho comum da reconciliação”.
Por sua vez, Bobby Cameron, chefe da Federação das Nações Nativas Soberanas da província de Saskatchewan, considera que este é um “crime contra a humanidade”.
Este responsável não tem dúvidas de que vão encontrar mais corpos e garantiu que “não vão parar até encontrarem todas as crianças”.
Recorde-se que a descoberta acontece poucos dias depois de terem sido encontradas mais de 200 crianças noutra instalação semelhante, na Colúmbia Britânica, província mais ocidental do país.
Este novo ‘achado’ reacendeu o debate sobre as instituições onde milhares de crianças foram enviadas e matriculadas à força em escolas por todo o país até à década de 1990.
Esta descoberta faz com que o país tenha de mergulhar outra vez numa das fases mais sombrias da sua história.
Ciberia // RFI