Descoberto lagarto marinho gigante que pode explicar extinção dos dinossauros

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Kaikaifilu, lagarto gigante dos mares encontrado na Ilha Seymour, na Antarctica chilena

Kaikaifilu, lagarto gigante dos mares encontrado na Ilha Seymour, na Antarctica chilena

Um cientista chileno diz estar próximo da chave para descobrir porque desapareceram os dinossauros, graças à descoberta do fóssil de um lagarto gigante dos mares que viveu na Antártida durante o período Mesozóico que marca o aparecimento e a extinção dos dinossauros.

Uma equipa de pesquisadores chilenos encontrou na ilha Seymour, na Antártida chilena, o crânio, dentes e úmero (osso da parte do braço que vai do cotovelo ao ombro) de uma nova espécie de mosassauro, um réptil marinho que viveu na Antártida durante o Mesozóico.

O crânio mede 1,20 metros, o que permite deduzir que a criatura tinha cerca de 10 metros de comprimento e que teria semelhanças com algumas serpentes e com os dragões de Komodo, revela o artigo publicado na Cretaceous Research.

O maior predador marinho

Batizado Kaikaifilu hervei, esse lagarto gigante dos mares terá vivido há 66 milhões de anos na Antártida e é o maior predador marinho conhecido, destronando o Taniwhasaurus antarcticus que, com um crânio de 70 centímetros de comprimento, era considerado o maior mosassauro.

Este fóssil pode ser a chave para explicar a extinção dos dinossauros, acredita o pesquisador chileno David Rubilar, que está envolvido na pesquisa.

“Temos toda a história evolutiva a partir da perspectiva do hemisfério norte. Estes achados completam o quebra-cabeças que nos permite entender como os dinossauros evoluíram no sul”, diz à agência Efe o chefe de paleontologia do Museu Nacional de História Natural de Santiago de Chile.

Segundo o pesquisador, o crânio foi encontrado exposto na superfície do terreno pela erosão rochosa.

David Rubilar acrescenta que todos os anos novos materiais são descobertos na ilha Seymour e nos seus arredores, no extremo norte da Península Antártica.

O paleontólogo salienta o papel “chave” que o Chile pode assumir em explicar, com descobertas como esta, como esse tipo de répteis colonizaram a Terra.

“Permite-nos saber como foi a sua expansão e qual foi o seu centro de origem. Por exemplo, se se mudaram da América do Sul para a Austrália ou se foi ao contrário, se surgiram na Antártida”, esclareceu.

De acordo com o pesquisador, os restos encontrados são “extremamente importantes” para entender a conexão entre a América do Sul e a Antártida na fauna marinha.

“As correntes marinhas permitiram o intercâmbio de espécies entre os diferentes continentes, e a parte sul do Chile e da Argentina é a última conexão da América do Sul com a Antártida”, referiu.

O paleontólogo confessou ainda que sua equipe está “muito interessada” em fazer uma exposição sobre répteis marinhos no Museu Nacional de História Natural, na qual possam exibir “este e outros espécimes também muito especiais”.

// ZAP

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