Nos Estados Unidos, uma família descobriu que o seu médico de fertilidade tinha inseminado artificialmente a mulher com o próprio DNA, sem consentimento.
Quando um casal disse ao seu médico de fertilidade que ia mudar de cidade, o profissional reagiu de forma pouco comum: começou a chorar.
Talvez a “inexplicável” atitude possa até ter uma razão, se tivermos em conta que o médico era, na realidade, o pai da filha da mais nova do casal, Kelli Rowlette, ainda que sem o consentimento dos genitores.
Mas avançando no tempo, Kelli Rowlette, então vivendo no estado de Washington, nos EUA, fez recentemente um teste de DNA com a Ancestry.com, apenas para descobrir que o homem que chamava de pai não era, na realidade, seu pai biológico.
Na verdade, a Ancestry informou que seu verdadeiro pai era um médico chamado Gerald Mortimer, que vivia a mais de 800 quilômetros de distância. Para Kelli, a informação foi tão surpreendente que disse à mãe que a empresa responsável pelo seu teste de DNA tinha se enganado.
O que Kelli não sabia era que seus pais tinham ido a esse mesmo médico, Gerald Mortimer, nos anos 1980. Na época, a mãe teria sido inseminada artificialmente com o esperma do pai e de um “doador anônimo” que, supostamente, seria um estudante universitário com cerca de 1,80 metro, moreno, de olhos azuis – características que o médico não possuía.
Os pais tinham mantido até então a inseminação artificial um segredo da filha, enquanto que o médico manteve em segredo que ele e Kelli Rowlette compartilhavam o DNA.
Mesmo depois de o teste de DNA ter revelado que o pai biológico de Rowlette não era o seu pai, a mãe de Kelli optou por não revelar o segredo da família.
De acordo com o Seattle Times, alguns meses depois, no entanto, Rowlette descobriu a chocante verdade por si mesma. Em agosto, Rowlette ajudava os pais com documentos antigos quando encontrou sua certidão de nascimento, que tinha sido assinada pelo médico que fez o seu parto: o doutor Gerald Mortimer.
Na semana passada, a família Rowlette avançou com uma ação judicial. Agora estão processando o médico aposentado por “fraude e negligência médica“, alegando que estão em “sofrimento imensurável”.
A empresa Ancestry aproveitou ainda para lançar um comunicado no qual afirma estar “comprometida a dar os resultados mais confiáveis, mesmo que, com isso, as pessoas descubram ligações inesperadas”.
Ciberia // ZAP