O presidente dos Estados Unidos Donald Trump assinou na noite de ontem (6) uma ordem executiva determinando o fim de relações com as empresas responsáveis pelos apps TikTok e WeChat no país norte-americano.
Em comunicado emitido pela Casa Branca nesta quinta-feira (6), em 45 dias, os envolvidos serão proibidos de realizar qualquer transação com empresas e cidadãos dos EUA.
Na prática, significa um bloqueio aos serviços nas lojas de aplicativos, porém, fica no ar o potencial de envolver uma série de outros apps e games. A primeira seção dos decretos proíbe qualquer transação não apenas com os apps citados, mas com qualquer propriedade das empresas responsáveis — ByteDance (dona do TikTok) e Tencent (dona do WeChat).
No caso da Tencent, apesar de o texto sugerir uma proibição ampla, um porta-voz da Casa Branca esclareceu ao jornal Los Angeles Times que o decreto se aplica apenas ao WeChat, não afetando outros serviços da companhia.
A empresa chinesa controla ou detém parte significativa de estúdios como Riot, Supercell e Epic Games, o que poderia estender a proibição a games populares como PUBG, League of Legends, Clash of Clans, Clash Royale e Fortnite.
Ano eleitoral
Os decretos alegam que os aplicativos oferecem um perigo à segurança nacional, coletando dados pessoais de cidadãos norte-americanos e os armazenando em servidores na China. Os decretos dizem ainda que os dados podem ser acessados pelo Partido Comunista Chinês, algo que as empresas citadas negam.
A ordem de Trump menciona ainda que os aplicativos censuram conteúdos vistos como ofensivos pelo governo chinês, citando os movimentos democráticos em Hong Kong e minorias étnicas como os uigures.
A decisão foi tomada em meio a uma escalada de tensão entre os governos norte-americano e chinês, o que envolveu ameaças de sanções comerciais e bloqueios a empresas como a ZTE e Huawei. Um detalhe apontado pela Associated Press é que os Estados Unidos terão neste ano eleições presidenciais, portanto, a agência levanta a possibilidade de que Trump esteja usando as medidas contra a China para conquistar apoio entre os eleitores no país, alimentando um sentimento nacionalista.
Já o prazo de 45 dias a partir de ontem (6) estende o prazo dado à Microsoft para negociar a compra do TikTok, negociação anunciada no último final de semana.
TikTok rebate as acusações
Em resposta ao bloqueio do aplicativo e as acusações feitas por Donald Trump, o TikTok divulgou um comunicado oficial em que condena a decisão. A empresa se diz “chocada” e que a decisão não seguiu o devido processo legal.
O TikTok reafirmou que nunca compartilhou informações com o governo chinês, nem censurou seus usuários a pedido do partido que comanda o país. O comunicado mencionou ainda o anúncio da abertura da moderação e algoritmos do aplicativo à auditoria externa e fez menção à liberdade de expressão e ao livre mercado que, segundo a empresa, estariam ameaçados pelo decreto dos Estados Unidos.
// CanalTech