“As Duas Donzelas” de Pompeia são dois corpos petrificados que ficaram conhecidos como uma imagem icônica da destruição trágica da cidade, bem como um símbolo do amor humano.
O par, aparentemente segurando o braço um do outro, representam apenas duas das centenas de pessoas engessadas em cinzas após a erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C.
Como o apelido sugere, os arqueólogos anteriormente assumiram que eram duas mulheres se abraçando. No entanto, novas pesquisas indicam que se trata na verdade de dois homens.
Testes científicos realizados nos dentes e restos dos esqueletos revelaram que um deles era um homem de 18 anos, e o outro provavelmente um homem com 20 anos ou mais.
“Nós sempre imaginamos que era um abraço entre mulheres, mas a tomografia computadorizada e análise de DNA revelaram que são homens”, disse Massimo Osanna, diretor-geral do site arqueológico de Pompeia, ao portal The Telegraph.
Os pesquisadores não sabem quem foram esses dois jovens, mas sabem que eles não eram pai e filho ou irmãos. Poderiam ser parentes mais distantes, amigos ou até mesmo amantes.
“Não é possível dizer com certeza que eles eram amantes, mas, considerando sua posição, é possível ter essa hipótese”, explica Osanna.
Noções de sexualidade
Existe sempre o perigo de aplicar rótulos modernos de sexualidade à história, uma vez que as ideias de homossexualidade e amor romântico mudam constantemente.
Em particular, a homossexualidade em antigas culturas romanas, como Pompeia, difere enormemente da noção abraçada pelo Ocidente contemporâneo. Muitos estudiosos acham que os romanos tinham relações sexuais com outros homens sem qualquer mudança no seu status social, e sem sequer serem rotulados de homossexuais.
Assim, quanto a esses dois homens se abraçando há 1.900 anos, existem muitas possibilidades para explicar a situação. Há uma boa chance de eles estarem simplesmente aterrorizados. Ou poderia haver uma conexão emocional entre eles.
“Mas estamos falando de hipóteses que nunca podem ser verificadas”, alerta Osanna.
// HypeScience