Apesar do novo avanço de contaminações de Covid-19, a Itália organiza neste domingo e segunda-feira eleições municipais e regionais. Os eleitores também são convocados para se pronunciar em um referendo nacional sobre a redução do número de parlamentares. A eleição é considerada um teste para a coalizão no poder e pode apontar o crescimento da extrema direita liderada de Matteo Salvini.
Todas as atenções estão voltadas para a eleição dos governadores de sete regiões italianas, e particularmente para a votação na Toscana.
A Liga de Matteo Salvini tenta conquistar a província do centro da Itália, reduto histórico da esquerda há meio século. Uma derrota na Toscana e em outras regiões seria um golpe para o governo de centro esquerda de Giuseppe Conte, formado pelo Movimento 5 Estrelas (M5S) e pelo Partido Democrata (PD).
A centro direita dirige atualmente quatro das regiões que elegem seus governadores nesta votação. Segundo as pesquisas de opinião, a coalizão liderada pela extrema direita pode ganhar terreno.
A Liga, hoje na oposição, é primeiro partido do país e se aliou nestas eleições com o Fratelli Itália, também de extrema direita, e com a Forza Itália, de Silvio Berlusconni, de direita. Na Toscana, os dois candidatos estão empatados.
Outro teste acontece no Vêneto, mas envolve o futuro da Liga. Nessa região, Salvini está na disputa contra o atual governador, também de direita, mas que é mais pragmático, consensual e menos xenófobo que o ex-ministro do Interior. Se perder, Salvini sabe que não conseguirá escapar de um acerto de contas interno em seu partido.
Referendo
O referendo nacional sobre a redução de um terço do número de parlamentares na Itália é uma promessa de campanha do M5S, que integra a coalizão no poder. A proposta, que deve ser aprovada, propõe reduzir de 945 para 600 o número de deputados no país. A Itália tem atualmente o segundo parlamento mais numeroso da Europa, atrás do Reino Unido, com 1.400 congressistas, e na frente da França, com 925.
Estas são as primeiras eleições realizadas desde o início da epidemia na Itália, que foi um dos países mais atingidos do continente. Os eleitores, principalmente os mais velhos, mostram reticências em comparecer às urnas e a taxa de participação é uma incógnita.
No sábado, o país registrou 1.628 novos casos e 24 mortos. Para o infectologista Massimo Galli de Milão, a realização dessas eleições, que já haviam sido adiadas, “é uma loucura”.
Os resultados serão divulgados na segunda-feira à noite.
// RFI