Imprensa britânica revela que governo “reaproveitou” plano de evacuação da época da Guerra Fria, em caso de possível saída da UE sem acordo gerar tumultos civis. Rainha seria levada de Londres para local ultrassecreto.
Se o Reino Unido deixar a União Europeia (UE) no próximo mês sem um acordo com Bruxelas, e isso gerar tumultos ou distúrbios civis, autoridades do país já deixaram preparado um plano de fuga de Londres para a rainha Elizabeth 2ª e outros membros da família real britânica.
Pelo menos é o que revelou neste domingo (03/02) a imprensa do país. Citando fontes do governo em Londres, o jornal The Sunday Times afirmou que foram “reaproveitados” planos de evacuação da época da Guerra Fria, que visavam levar a monarca para longe da capital britânica no caso de um ataque nuclear partindo da União Soviética.
Segundo uma fonte ouvida pelo veículo, as autoridades britânicas apenas “retiraram o pó” desses planos de fuga antigos visando um “planejamento mais sensato” para a atual situação.
Em caso de tumultos generalizados em Londres após 29 de março, data em que está prevista a saída do Reino Unido do bloco europeu, a família real seria transferida para um local ultrassecreto, escreveu o jornal britânico.
Os planos foram motivados por preocupações de que a realeza possa ser um alvo de britânicos enraivecidos com um possível divórcio sem um acordo sobre as futuras relações do país com o bloco, o chamado hard Brexit.
O Sunday Times afirmou que o plano de evacuação envolve discussões com a Polícia Metropolitana de Londres e outra força policial regional, e faz parte da chamada Operação Yellowhammer, uma série de preparativos das autoridades britânicas para o caso de um Brexit sem acordo.
O plano de contingência original, criado em 1962 após a crise dos mísseis cubanos, previa, em caso de uma guerra nuclear, a transferência imediata da rainha e dos demais membros da família real para outras residências reais.
Ou, se a situação fosse altamente alarmante, eles poderiam ser levados para o HMS Brittania, o iate pessoal da rainha, que partiria para ilhas a noroeste da Escócia. O plano foi revisado várias vezes ao longo dos anos, inclusive quando o Brittania foi aposentado.
Embora o plano de fuga tenha sido modernizado, não há garantias de que Elizabeth 2ª concordaria em ser retirada de Londres, afirma o Sunday Times. A realeza, por exemplo, decidiu permanecer na capital britânica mesmo durante os quase oito meses de bombardeios realizados pela Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
Enquanto isso, a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, tenta renegociar seu acordo sobre o Brexit com os líderes europeus, depois de um primeiro acordo ter sido rejeitado pelo Parlamento britânico em votação histórica no mês passado.
Neste domingo, May escreveu no Sunday Telegraph que estará “armada de um novo mandato, novas ideias e uma renovada determinação” durante sua próxima viagem a Bruxelas para renegociar o acordo.
Autoridades da União Europeia, por outro lado, insistem que a negociação não pode ser refeita. Neste domingo, o ministro alemão do Exterior, Heiko Maas, afirmou que a única opção do Reino Unido para evitar um hard Brexit é aceitar o acordo que já foi negociado.