Se olharmos para o céu noturno, vemos estrelas em todas as direções. Parece que somos o centro do Cosmos, mas será que somos mesmo? E se não formos, onde é o centro Universo?
Na realidade, o Universo não tem centro, por isso há a perspectiva de que estaríamos sempre no centro, não importando onde estivéssemos.
Desde o Big Bang, o Universo tem se expandido. No entanto, apesar do nome, o Big Bang não foi uma explosão que começou em um ponto central de detonação. O Universo começou extremamente compacto e minúsculo. Todos os pontos foram se expandindo, expansão essa que continua até hoje.
Portanto, se o Universo não tem nenhum ponto de origem, também não tem centro. Se imaginarmos uma formiga bidimensional que viva na superfície de um balão, do ponto de vista da formiga, toda a superfície parece a mesma, isto é, não há centro na superfície da esfera nem uma única borda.
Se enchermos o balão, a formiga verá o seu universo bidimensional se expandir. E se desenharmos pontos na superfície, esses pontos vão se afastar uns dos outros, o que acontece com as galáxias no nosso Universo real.
Para a formiga, qualquer terceira dimensão que se estenda perpendicularmente à superfície do balão – como viajar para o centro do balão – não tem significado físico.
“A formiga sabe que pode ir para frente e para trás. Pode ir para a esquerda e para a direita”, disse Barbara Ryden, astrofísica da Universidade de Ohio. “Mas não tem noção do que quer dizer, nem do que é, ‘de cima para baixo’”.
Nosso universo é uma versão 3D do universo do balão 2D da formiga. Mas a analogia do balão, com sua área de superfície limitada, representa um universo finito – o que os cosmologistas ainda não têm certeza se é verdade no nosso caso.
As observações dos cosmólogos oferecem apenas um vislumbre finito do Cosmos, mas o Universo inteiro pode ser infinito.
Se for esse o caso, podemos substituir o balão por uma folha de borracha plana e expansível ou então por um pão com passas infinito. As passas, neste caso, representam as galáxias que se afastam umas das outras. “Se o Universo é infinito, então não tem centro”, afirma Ryden ao LiveScience.
Por sua vez, se o Universo é plano ou curvo depende da quantidade total de massa e de energia no Cosmos. Se a densidade de massa e energia do Universo estiver correta – na chamada densidade crítica – então o Universo seria plano como uma folha, se expandindo a uma taxa de aceleração constante.
Mas se a densidade é maior, então o Cosmos seria curvado como o balão. A gravidade extra dessa densidade aumentaria a expansão cósmica. Neste cenário, o Universo teria curvatura negativa. Mesmo assim, seria infinito e, portanto, sem centro.
Até agora, ideias e observações teóricas apontam para um universo plano. Mas os cosmologistas ainda não têm certeza se o Universo é, de fato, plano ou se a curvatura é tão grande que o Universo só parece plano.
O fato de o Universo não ter centro é consistente com o princípio cosmológico, a ideia de que nenhum lugar no Universo é especial.
Ciberia // ZAP
A matéria escura e a fumaça das estrelas queimando. Combustível da esfera