Estudo demonstra efeito destrutivo do coronavírus no cérebro

Foi realizada uma pesquisa que testou a reação imunológica de ratos ao SARS-CoV-2. Quando foram infectados através do cérebro, os roedores morriam, enquanto os infectados pelos pulmões sobreviveram.

Além de visar os pulmões, os rins, o fígado e os vasos sanguíneos, o novo coronavírus também ataca o cérebro, sugere um novo estudo citado pelo jornal The New York Times.

O SARS-CoV-2 invade as células neurológicas e cria cópias de si próprio, e parece sugar todo o oxigênio neurológico, matando de fome as células. Tudo isso também provoca dores de cabeça, confusão e delírio em 40% a 60% dos pacientes infectados com o vírus, de acordo com um estudo publicado em junho.

“Se o cérebro for infectado, pode ter uma consequência letal”, afirma a dra. Akiko Iwasaki, uma imunologista da Universidade de Yale, EUA, que liderou a pesquisa.

Até agora “não tínhamos visto realmente muitas evidências de que o vírus pode infectar o cérebro, mesmo sabendo que era uma possibilidade potencial […]. Estes dados apenas fornecem um pouco mais de evidência que certamente podem”, sublinha o dr. Michael Zandi, neurologista consultor do Hospital Nacional de Neurologia e Neurocirurgia no Reino Unido.

No novo estudo, a dra. Iwasaki e seus colegas documentaram a infecção cerebral de três maneiras: no tecido cerebral de uma pessoa que morreu de COVID-19, em um modelo de rato e em organoide, grupos de células cerebrais em um prato de laboratório destinado a imitar a estrutura tridimensional do cérebro.

O vírus do zika também infecta o cérebro, mas o novo coronavírus é mais furtivo, explorando o funcionamento das células cerebrais para se multiplicar, mas sem as destruir. Em vez disso, elimina o acesso ao oxigênio por parte de outras células, sem invocar uma resposta imunológica.

“É uma espécie de infecção silenciosa. Este vírus tem muitos mecanismos de evasão”, comenta Iwaki. Os pesquisadores ainda desconhecem se o processo de eliminação de sinapses, que ligam os neurônios, é reversível.

O vírus parece usar particularmente a proteína ACE2 das células do cérebro para entrar em um corpo. De fato, quando a equipe testou dois grupos de ratos, infectando um com a proteína no cérebro, e outro nos pulmões, o primeiro grupo rapidamente perdeu peso e morreu em um espaço de seis dias. O segundo grupo não sofreu nenhum desses destinos.

Dr. Zandi e seus colegas publicaram uma pesquisa em julho mostrando que alguns pacientes com a COVID-19 desenvolvem sérias complicações neurológicas, incluindo danos aos nervos.

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