Estudo sugere a possível existência de “buracos negros estupendamente grandes”, ainda maiores do que os buracos negros supermassivos já observados no centro das galáxias.
Os astrônomos já estudam há algum tempo os buracos negros supermassivos (SMBHs, na sigla em inglês), que podem atingir até dez bilhões de vezes a massa do Sol. Agora, uma nova pesquisa sugere que os buracos negros podem ficar ainda maiores, com os cientistas nomeando esses corpos celestes de buracos negros estupendamente grandes (SLABs, na sigla em inglês).
O estudo foi publicado na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
SMBH se forma no centro de uma galáxia e atinge seu tamanho massivo consumindo estrelas e todas as outras matérias que cruzam seu caminho. Isso significa que há um limite máximo para o tamanho que ele pode atingir, devido à nossa visão atual sobre como tais buracos negros se formam e crescem.
SLAB, por outro lado, pode ter se formado logo depois que o Universo passou a existir. A existência de SLABs ainda maiores do que SMBHs fornece aos pesquisadores uma ferramenta poderosa para testes cosmológicos e melhorar nossa compreensão do Universo primitivo.
Buracos negros primordiais
Os buracos negros que se formaram no início do Universo são conhecidos como buracos negros primordiais. O novo estudo sugere que os SLABs podem ser buracos negros primordiais, ou seja, formaram-se no início do Universo, bem antes das galáxias.
Como os buracos negros primordiais não se formam a partir de uma estrela em colapso, eles poderiam ter uma ampla gama de massas, incluindo as muito pequenas e as estupendamente grandes.
“Já sabemos que os buracos negros existem em uma vasta gama de massas, com um SMBH de quatro milhões de massas solares residindo no centro de nossa própria galáxia. Embora atualmente não haja evidências da existência de SLABs, é concebível que eles possam existir e também residir fora das galáxias no espaço intergaláctico […]. No entanto, surpreendentemente, a ideia de SLABs foi amplamente negligenciada até agora. Propusemos opções para a formação desses SLABs e esperamos que nosso trabalho comece a motivar as discussões entre a comunidade”, afirma em comunicado Bernard Carr, principal autor do estudo.
A pesquisa também pode ajudar os especialistas a entender mais sobre a matéria escura. “Os SLABs não poderiam fornecer a matéria escura. Mas se eles existissem, teriam implicações importantes para o Universo inicial e tornaria plausível que buracos negros primordiais mais leves pudessem fazê-lo”, comenta Carr.
Ciberia // Sputnik